Moradores retornam a casas em ruínas após incêndio no Havaí

12 ago 2023
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Moradores que fugiram do incêndio florestal que arrasou uma localidade do arquipélago americano do Havaí e deixou 67 mortos começaram a retornar a seus lares nesta sexta-feira (11).

Atordoados, os moradores buscavam nos que restou de suas casas algum pertence que tivesse sobrevivido à fúria das chamas em Lahaina, cidade da costa oeste de Maui bastante popular entre os turistas, que tinha 12 mil habitantes. O número de mortos subiu nesta tarde para 67, segundo o balanço oficial.

Alguns moradores tiveram sorte. "Não conseguia acreditar", disse Keith Todd à AFP, depois de encontrar sua casa intacta. "Estou muito agradecido, mas, ao mesmo tempo, é tão devastador..."

Bombeiros seguiam lutando hoje contra os focos e controlando incêndios ainda ativos na localidade. Equipes de busca tinham a ajuda de cães farejadores para localizar as vítimas do que o governador Josh Green disse ser, "provavelmente, o maior desastre natural da história do estado do Havaí".

"O que vimos hoje foi catastrófico", disse Green após percorrer a histórica Lahaina, que foi capital do reino do Havaí no começo do século XIX.

As chamas devastaram mais de 800 hectares em duas ilhas do arquipélago americano e forçaram a evacuação de milhares de pessoas, algumas das quais se jogaram na água para se protegerem do fogo.

O presidente americano, Joe Biden, decretou ontem estado de catástrofe natural no Havaí, o que permitirá liberar "fundos federais à disposição dos afetados no condado de Mauí", explicou a Casa Branca. Já o Papa manifestou sua "tristeza profunda" pela tragédia.

Os incêndios começaram na madrugada de terça-feira e seu avanço rápido pôs em risco residências, empresas e serviços públicos, assim como mais de 35.000 pessoas na ilha de Maui, informou a Agência de Gestão de Emergências do Havaí.

"Não resta nada, tudo foi embora, é um povoado fantasma", disse Sarai Cruz, 28 anos, que fugiu de Lahaina com os pais, a irmã e seus três filhos. Brandon Wilson, um canadense que viajou ao Havaí com a mulher, disse que "parece que alguém chegou e bombardeou toda a cidade".

Em meio à emergência, 100 moradores se jogaram na água para fugir do fogo, informou à rede de TV CNN a comandante da Guarda Costeira Aja Kirksey, ressaltando que cerca de 50 foram resgatadas no mar.

- 'Cadáveres na água' -

Equipes de Honolulu chegaram hoje a Maui, juntamente com equipes de busca e resgate equipadas com cães K-9, para detectar a presença de corpos, informou o condado de Maui, anunciando um toque de recolher para a noite.

"Estas medidas incluem nenhum acesso público não autorizado além das áreas entrincheiradas e um toque de recolher diário das 22h às 6h na cidade histórica de Lahaina e nas áreas afetadas", explicou o governo.

Moradores haviam alertado, na véspera, para a presença de corpos flutuando na água e na calçada à beira-mar. "Estivemos retirando pessoas. Estamos tentando salvar suas vidas e sinto que não estamos recebendo a ajuda de que precisamos", lamentou a moradora Kekoa Lansford em entrevista à rede CBS.

A emergência também fez com que a rede hospitalar da ilha ficasse saturada, disse a vice-governadora do Havaí, Sylvia Luke, que descreveu a situação como "dramática" e acrescentou que os incêndios foram causados pelas condições de seca e os fortes ventos do furacão Dora, que está ao sul do arquipélago, mas não se espera que toque o solo.

Autoridades do condado pediram a todos os visitantes para deixarem a ilha "o quanto antes" e organizaram ônibus para levar os turistas para o aeroporto de Kahului, segundo nota publicada no Facebook. O terminal aéreo recebeu centenas de turistas que ficaram retidos após seus voos serem cancelados ou adiados.

A procuradora-geral do Havaí, Anne Lopez, anunciou hoje a abertura de uma investigação sobre a resposta das autoridades aos incêndios no arquipélago: "O Departamento conduzirá uma revisão exaustiva da tomada de decisões críticas e das políticas em vigor relacionadas aos incêndios florestais ocorridos nas ilhas nesta semana."

Fenômenos meteorológicos extremos têm sido registrados em todo o mundo nas últimas semanas. Segundo cientistas, estes eventos têm sido exacerbados pelas mudanças climáticas.

Meta


FONTE: Estado de Minas


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