Morrem sete pessoas em ataque por conflito de terras em Chiapas
Sete pessoas morreram em um ataque armado relacionado a conflitos por terra entre comunidades indígenas em Chiapas, no sul do México, uma conflituosa e violenta região onde há três décadas estourou o levante zapatista, disseram as autoridades.
As vítimas são indígenas tsotsis "deslocados" do município de San Pedro Chenalhó, no centro do estado, disse o promotoria estadual em um comunicado neste sábado (3).
"Foram atacados com armas de fogo, resultando em sete pessoas mortas e três feridas", detalhou o órgão.
O ataque foi dirigido contra o grupo de mais de 200 pessoas que, desde outubro passado, tiveram que deixar suas casas por causa de um conflito agrário interno, disseram à AFP moradores da região.
Segundo esses mesmos depoimentos, a agressão também se dirigiu aos donos do armazém onde os refugiados se encontravam.
A promotoria detalhou que o grupo de pessoas armadas foi, na noite sexta-feira, ao armazém, localizado na comunidade de Polhó.
Esta comunidade é próxima à localidade de Acteal, onde, em 1997, um grupo armado paramilitar assassinou 45 indígenas tsotsis durante uma cerimônia religiosa.
Chiapas celebrará, em 1º de janeiro de 2024, o trigésimo aniversário do levante encabeçado pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN).
Em fevereiro de 1996, foram assinados os acordos de San Andrés entre o governo federal e o EZLN sobre direito e cultura indígenas.
Apesar de a capital de Chiapas, San Cristóbal de las Casas, ter se convertido em uma forte praça do turismo internacional no México, a situação se mantém tensa em várias regiões do estado.
Os conflitos por terras são comuns entre comunidades indígenas mexicanas, que são regidas habitualmente por seus usos e costumes, o que, às vezes, dificulta a intervenção do Estado em sua resolução.
Algumas dessas comunidades também estão vinculadas a partidos políticos e outros grupos de poder de tais regiões, inclusive organizações criminosas.
FONTE: Estado de Minas