Mortes em Venda Nova: mulher confessa ter matado a própria mãe e a filha
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Amanda Christina Souza Pinto, de 34 anos, confessou ter matado a mãe Maria do Rosário de Fátima Pinto, de 67 anos, e filha dela, uma criança de 10 anos. As duas vítimas foram encontradas mortas na tarde dessa quarta-feira (16/3), no Bairro Piratininga, na Região de Venda Nova, em Belo Horizonte.
De acordo com a Polícia Militar (PM), em depoimento, a mulher afirmou que matou a mãe e a filha enforcadas, nessa segunda (13) e terça-feira (14), respectivamente. Amanda Pinto foi encontrada desacordada, com a cabeça dentro do forno de um fogão à gás.
Ainda segundo a PM, após os crimes, Amanda tentou se matar inalação de gás, mas foi resgatada com vida pelo Corpo de Bombeiros (CBMMG). A autora também teria afirmado não ter tido motivação prévia para os crimes.
No seu depoimento, a mulher contou que, por volta das 11h da segunda-feira (13/3), estava no quarto conversando com a mãe quando começaram a “brincar”. A mulher teria então passado o braço em volta do pescoço da idosa e, segundo ela, naquele momento sentiu “uma sensação ruim” e “vontade de apertar”, começando, em seguida, a estrangular a idosa.
De acordo com a autora, a vítima tentou pedir ajuda, inclusive para o cachorro da família, mas ela não soltou até ter certeza de que Maria do Rosário tinha parado de respirar.
“Ou morrer ou ir para um abrigo”
Amanda também contou aos policiais militares que a menina de 10 anos, que dormia em outro quarto, acordou e bateu na porta, perguntando o que estava acontecendo. Ela disse para a garota não abrir a porta, pois ela estaria “resolvendo um problema” com a avó da menina. Em seguida, Amanda cobriu o corpo da mãe com um lençol e ordenou que a filha fosse tomar café.
Segundo o Boletim de Ocorrência, ao encontrar a filha a mulher disse para a criança que sua avó tinha passado mal e morrido. Amanda então argumentou que, como era Maria do Rosário que sustentava a casa e cuidava das duas, ela também teria que morrer. Ainda segundo a mulher, a menina poderia escolher entre morrer junto ou ir para um abrigo.
Após discutir a situação com a filha, que chegou a sugerir para a mãe que chamasse o Samu, a polícia ou alguém de confiança, elas chegaram ao consenso de se matar. A menina teria dito que “iria com a mãe até o fim”.
Tentativas de matar a filha
Amanda afirmou que não teve coragem de matar a garota no mesmo dia e que ambas tomaram remédio para dormir, ficando no apartamento como a avó morta.
No dia seguinte, na terça-feira (14/3), Amanda decidiu matar sua filha, que novamente pediu para ligar para alguém, mas a mãe teria dito para a garota que “a decisão já estava tomada”.
Ela então tentou cortar os pulsos da garota, mas os ferimentos foram superficiais, já que a menina sentiu muita dor. Ela decidiu, então, matar sua filha da mesma forma como tinha feito com a avó da criança no dia anterior.
Amanda passou, então, a enforcar a garota por duas vezes, mas, segundo ela, a criança se debateu muito e resistiu. Por isso, a mulher amarrou a filha, usando uma calça, e passou a apertar seu pescoço até que ela parasse de respirar.
Em seguida, Amanda deitou ao lado da garota e por duas vezes tentou se matar ingerindo remédios. Como isso não funcionou, no dia seguinte, Amanda vedou as frestas das portas de sua casa, colocou a cabeça dentro do forno de um fogão e ligou o gás.
Mesmo com a tentativa de barrar o cheiro do gás, o síndico do prédio percebeu o odor e estranhou o latido constante do cachorro do apartamento. O Corpo de Bombeiros foi acionado e encontrou Amanda desmaiada, mas com vida. Ela foi socorrida pelos militares e encaminhada a um hospital.
O que dizem os vizinhos
O síndico do prédio, Adriano Pereira, de 40 anos, relata que não notou nada estranho no prédio e também não foi acionado por nenhum morador. De acordo com ele, o vazamento de gás começou no início da tarde dessa quarta-feira (15/3), quando os vizinhos sentiram o forte cheiro de gás e acionaram o Corpo de Bombeiros.
Outro morador do prédio, Egmar Conceição, de 76 anos, contou ter achado estranho todas as moradoras do apartamento estarem em casa, já que a avó materna da menina trabalha muito e a neta fica, na maioria das vezes, com a avó paterna.
Já Fátima Maria, de 54 anos, lembrou que a família sempre manteve relações cordiais com os moradores e lamentou a tragédia. “A ficha não caiu até agora, a gente está sem acreditar. Ela (a mãe da criança) era uma menina muito boa, ninguém tem o que reclamar dela aqui”, disse.
Ainda segundo relatos dos moradores que tiveram acesso ao apartamento havia manchas de sangue no local e as vítimas não apresentavam sinais de violência.
A Polícia Civil (PC) informou que Amanda Pinto está internada no Hospital João XVIII sob escolta da Polícia Militar. A investigação do caso ficará a cargo do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
FONTE: Estado de Minas