MP apura denúncias de demora no atendimento do Samu em Passos: ‘Isso é intolerável’
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Comissão de Saúde da Câmara Municipal levou ao Ministério Público documento que relata problemas no serviço. O Ministério Público de Passos apura denúncias sobre possíveis casos de demora no atendimento do Samu em ocorrências na cidade. O caso foi levado ao MP por meio da Comissão de Saúde da Câmara Municipal.
📲 Participe da nossa comunidade e receba no WhatsApp notícias do Sul de MG Entre as denúncias, está a de que apenas duas ambulâncias realizam os atendimentos, sendo uma para cidades da região e outra para Passos. O promotor de Justiça, Éder Capute, já recebeu o ofício e deve se reunir com representantes do consórcio que gerencia o serviço do Samu para entender o motivo das reclamações. “É impossível que duas ambulâncias deem conta desse trabalho, isso na minha maneira de pensar. Precisamos conversar com os gestores do consórcio para saber por que chegaram a esse número, se realmente é esse número, se há uma defasagem. Temos duas, o que já é muito pouco. Uma não está funcionando, de acordo com as denúncias que me chegaram, então ficamos com uma só. Alguém aciona o Samu em Passos, essa única ambulância está em uma cidade vizinha, à 50, 30, 20 km de distância e não pode atender. A população está desassistida no que diz respeito à urgência e emergência nesses casos”, disse o promotor. Ainda segundo Capute, o serviço de urgência deve ser feito o mais rápido possível. “Como toda urgência e emergência, a coisa tem que ser rápida. Não há condições das pessoas ficarem esperando. As pessoas vão ligar em uma condição de emergência e a ambulância tem que estar no local o mais rápido possível. É absolutamente intolerável que a pessoa acione o Samu e que a regulação do Samu oriente a pessoa a ligar para os bombeiros ou diga que vai demorar a chegar, ou diga que está indo e chegue depois de uma, duas, ou até cinco horas, como já dizer que aconteceu. Isso é intolerável”, completou o promotor. As denúncias foram levadas ao MP pela Comissão de Saúde da Câmara Municipal, que recebeu as reclamações de pessoas que precisaram do serviço. “O objetivo do Samu é prestar atendimento rápido à população. Infelizmente, isso não tem acontecido em nossa cidade. As ambulâncias são um dos motivos. Passos está somente com duas ambulâncias, uma para atender a região e outra para ficar em Passos. Essa ambulância é de 2013, é uma ambulância muito sucateada, direto tem manutenção nela”, disse o presidente da Comissão de Saúde, o vereador Francisco Sena (Podemos). MP apura denúncias de demora no atendimento do Samu em Passos: ‘Isso é intolerável’ Reprodução/EPTV Demora no atendimento Ana Carolina dos Reis Cintra se recupera do susto que passou recentemente. Na semana passada, a filha dela, Anny Sophia, de apenas dois anos, estava com 41 graus de febre. A mãe disse que acionou o Samu e, após ficar sem socorro, precisou pedir dinheiro emprestado para, com um carro de aplicativo, buscar atendimento à filha. “Eles me falaram que não tinha como mandar uma ambulância, pois eles estavam sem. Pediram para eu ligar no Corpo de Bombeiros, que me falou que também não tinha ambulância disponível. Disseram que até poderiam mandar para minha casa, mas que iria demorar muito. A minha menina estava até pulando para cima de febre. Eu desesperei e tentei arrumar um recurso para levar ela até a UPA”, relatou Ana Carolina. O engenheiro geólogo, Eduardo Collares, disse que precisou esperar por 45 minutos para que um trabalhador que caiu de um andaime de cerca de 10 metros de altura fosse atendido. “Consegui o contato primeiramente com o Samu. Me disseram que estavam sem nenhuma viatura, que uma estava quebrada e a outra estava em Itaú de Minas, e que não tinham condições de atender naquele momento”, falou. Segundo o engenheiro, o resgate foi feito em uma viatura do Corpo de Bombeiros. A vítima, no entanto, não resistiu. “Pelo que a gente conhece, sempre que o atendimento é mais rápido existe uma probabilidade de sobrevida maior. Todos que estavam aqui, inclusive familiares, ficaram muito apreensivos com a demora”, disse o engenheiro. A assessoria do Samu disse que, no dia da ocorrência do trabalhador que caiu do andaime, uma ambulância estava em atendimento em Itaú de Minas e a outra apresentou problemas mecânicos. Já sobre o atendimento à menina de dois anos, a assessoria disse que, no momento em que o Samu foi acionado, o recurso adequado seria a unidade de suporte básico, que estava em outra ocorrência. O Samu ainda estacou que, para atender 28 cidades, a região de Passos tem apenas 11 ambulâncias. Veja mais notícias da região no g1 Sul de MinasFONTE: G1 Globo
