Mulher e afro-americano vão orbitar a Lua pela primeira vez em 2024
Uma mulher e um afro-americano, integrantes da missão Artemis II, vão viajar pela primeira vez em volta da Lua em 2024, informou, nesta segunda-feira (3), a Nasa, agência espacial americana, que divulgou os nomes dos quatro membros da tripulação.
Trata-se de três astronautas da Nasa, Reid Wiseman (comandante), Victor Glover (piloto, afro-americano) e Christina Koch, que passaram uma temporada na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), além de Jeremy Hansen, da Agência Espacial Canadense (CSA), que fará seu primeiro voo ao espaço.
Embora a Artemis II não vá pousar na Lua, as viagens ao satélite natural da Terra depois de meio século serão retomadas com este programa, parte de um projeto ambicioso para estabelecer, no médio prazo, uma presença humana duradoura na superfície lunar e, finalmente, lançar uma viagem a Marte.
Koch, de 44 anos, uma engenheira elétrica que participou das primeiras caminhadas espaciais exclusivamente femininas enquanto esteve na ISS, será a primeira mulher a voar em volta da Lua.
"Estou emocionada? Absolutamente. Mas minha verdadeira pergunta é: estão emocionados? Pergunto porque me emociona que levaremos seu entusiasmo, suas aspirações, seus sonhos conosco nesta missão Artemis II, sua missão", disse ela diante de um entusiasmado público no hangar do aeroporto Ellington, que serve ao centro espacial Johnson da Nasa em Houston, Texas.
Como parte do programa Artemis, a Nasa tem como objetivo enviar astronautas à superfície lunar em 2025 na missão Artemis III, mais de 50 anos depois de encerradas as históricas missões Apollo, em 1972.
- 'Mensagem para o mundo' -
Os quatro astronautas, vestidos com trajes de voo azuis, foram apresentados pelo administrador da Nasa, Bill Nelson. "O maior e mais poderoso foguete do mundo vai impulsioná-los ao céu", afirmou.
"É uma mensagem para o mundo. Escolhemos voltar à Lua e depois ir a Marte e vamos fazê-lo juntos. Porque no século XXI, a Nasa explora o Cosmos com parceiros internacionais", comentou Nelson.
Wiseman, de 47 anos, um piloto de combate da Marinha dos Estados Unidos que anteriormente atuou como astronauta-chefe da Nasa, foi nomeado comandante da missão Artemis II, prevista para novembro de 2024, quando a tripulação dará voltas ao redor da Lua.
O comandante agradeceu "o incrível apoio político" recebido por essa missão, que servirá "para unir nosso país, unir todo o mundo, explorar para chegar a Marte e além".
Para Wiseman, "é incrivelmente importante" contar com uma mulher e um afro-americano na tripulação. Em declarações à AFP, esclareceu que todos os integrantes são "operadores excepcionais e profissionais".
Glover, de 46 anos, também aviador naval e o primeiro homem negro a passar um tempo como membro da tripulação da ISS, será o piloto do voo.
"Espero que possamos seguir servindo como fonte de inspiração para a cooperação e a paz, não apenas entre as nações, mas também nossa própria nação", declarou.
Koch, a única mulher na tripulação da Artemis II, e Hansen, um piloto de combate de 47 anos das forças armadas canadenses, atuarão como especialistas da missão.
- Rumo a Marte em 2040 -
Nelson, o chefe da Nasa, disse que espera uma missão tripulada a Marte para o ano de 2040. A Artemis II, de dez dias, testará o poderoso foguete Space Launch System, assim como os sistemas de suporte vital a bordo da nave Orion.
O primeiro voo da Artemis foi realizado entre novembro e dezembro de 2022, com uma cápsula Orion não tripulada, que retornou a salvo para a Terra depois de uma viagem de 25 dias em volta da Lua.
Durante essa jornada, a Orion percorreu mais de 2 milhões de quilômetros e se afastou mais do nosso planeta que qualquer nave espacial anterior preparada para transportar tripulantes.
Apenas 12 pessoas, exclusivamente homens brancos, já pisaram no satélite natural da Terra.
"É mais que só o retorno à Lua, é sobre investir no futuro, é sobre possibilidades, é sobre aproveitar as oportunidades desta economia espacial, da saúde até a segurança alimentar, as mudanças climáticas e muito mais", afirmou, por sua vez, o ministro da Inovação, Ciência e Indústria do Canadá, François-Philippe Champagne, presente na cerimônia.
FONTE: Estado de Minas