Mulher enterrada no jardim de casa foi morta quatro dias antes
18 ago 2023
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Nesta sexta-feira (18/8), a Polícia Civil de Barretos (SP) realizou a reconstituição do
assassinato de Nilza Costa Pingoud, de 62 anos, que teve o corpo enterrado no quintal da própria casa, localizada na cidade. O suspeito é um jovem de 18 anos, natural de Planura (Triângulo Mineiro), que
confessou o crime. Ele está preso na Cadeia Pública de Colina (SP).
Durante a reconstituição do crime, a PC de Barretos confirmou a data do suposto latrocínio. Segundo informações divulgadas pelo delegado responsável pelo caso, Rafael Faria Domingos, foi possível concluir que Nilza foi morta por asfixia no dia 24 de julho, sendo que teve o corpo enterrado no quintal quatro dias depois.
Ainda conforme o delegado, durante a reprodução do crime, a partir de relatos do suspeito e de testemunhas, foram utilizados os objetos utilizados no crime e que, inclusive, já foram apreendidos, ou seja, uma enxada, um cortador de grama e uma faca.
A PC de Barretos não informou a data exata de divulgação dos resultados da reconstituição.
"Matei por diversão”
Leonardo Silva afirmou para imprensa local ter matado a vítima por
diversão. Ele foi preso na manhã do dia 3 de agosto, em Frutal, cidade do Triângulo Mineiro, a cerca de 80 km de Barretos (SP).
"Matei gente", disse Leonardo Silva, inicialmente, para imprensa local. Em seguida, ele afirmou também ter agido por vingança. "Um pouco [por vingança] e diversão também", declarou Silva, que acrescentou não estar arrependido. "Nem um pouquinho. Eu vou matar e arrepender pra quê? Que bandido é esse que mata e se arrepende depois? Usei o dinheiro. Fiz compras. Valeu a pena”.
"Extrema frieza. Agiu por vingança"
O delegado Domingos contou que ao prestar o seu depoimento, o suspeito demonstrou extrema frieza, nenhum tipo de arrependimento e que agiu por vingança.
"Ele parece não ligar para as consequências do que ele fez. Não apresenta remorso. Planejou com tempo esse crime e não apresenta nenhum tipo de arrependimento", afirmou Domingos.
O delegado também contou que Leonardo agiu por vingança. "Há cerca de quatro meses, o rapaz foi morar nos fundos da casa de Nilza, que tinha se proposto a ajudá-lo depois que ele se apresentou a ela como travesti. Ela o contratou para fazer serviços domésticos e Silva pediu demissão do emprego anterior", acrescentou.
O jovem também contou ao delegado que o crime foi uma vingança, porque ele teria abandonado um emprego anterior para trabalhar na casa da vítima, como serviços domésticos. “O suspeito havia sido acolhido pela vítima há algum tempo e ele residia aos fundos da casa dela. Mas o combinado acabou sendo desfeito, porque a vítima teria dito que ele não tinha compromisso e o dispensou. Ele ficou sem o emprego anterior, sem lugar pra morar e ficou com muita raiva e começou a planejar a morte dela", contou Domingos.
Morta por asfixia
Após, supostamente, ter sido mandado embora da casa da vítima, o delegado disse que no dia do crime, durante a madrugada, o jovem pulou o muro da casa e ficou escondido em um quarto nos fundos. "Quando amanheceu, ele a surpreendeu e a matou por asfixia com um fio", afirmou Domingos.
Antes de enterrar o corpo no quintal, o jovem contou ao delegado que permaneceu na casa por alguns dias. "Ele teve tempo de obter dados bancários da vítima para fazer compras. Uma moto chegou a ser comprada para ser entregue em um apartamento que ele tinha alugado em Barretos com o dinheiro de Nilza. Ele ainda comprou uma pá em uma loja de construções para cavar o jardim, além de cimento e cal".
O corpo foi localizado em 2/8 (quarta-feira), enterrado no jardim da residência dela, localizada no Bairro Los Angeles, após denúncia de vizinhos, que não tinham notícias da vítima há cerca de uma semana.
Investigado por latrocínio
Segundo informações divulgadas nas redes sociais pelo delegado da PC de Barretos, o jovem, é investigado, inicialmente, pelo crime de latrocínio, já que o celular, carteira e alguns objetos pessoais da vítima não foram encontrados.
Insanidade mental?
Em nota divulgada à imprensa, o advogado de Leonardo Silva, declarou que solicitou às autoridades competentes verificações no que diz respeito à imputabilidade. Resumindo: se o jovem tem possibilidade de ser responsabilizado criminalmente por seus atos.
O advogado Luiz Gustavo Vicente Penna disse que pediu para o juiz da 2ª Vara Criminal da Comarca de Barretos (SP) autorização para prévia avaliação psiquiatra e psicológica, de forma telepresencial.
Ele acrescentou que somente na posse do laudo será possível informar se o suspeito sofre ou não de alguma doença mental.
Incidente de insanidade mental
“Após a verificação da equipe que fará uma análise prévia, para verificar se ele realmente tem algum problema ou não, vamos entrar com o incidente de insanidade mental, previsto no Código de Processo Penal”, declarou o advogado do suspeito.
Penna explicou que o incidente de insanidade mental é para verificar se, na época do crime, o jovem era ou não inimputável.
FONTE: Estado de Minas