‘Não é um caso isolado’, diz pai de Rafaela Drumond, escrivã encontrada morta após denunciar casos de assédios no trabalho; audiência acontece nesta segunda

27 nov 2023
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Aldair Drumond disse que estará presente na sessão e que contratou um perito para contestar a perícia realizada pela corregedoria da Polícia Civil. Policial morreu no início de junho em Antônio Carlos, no Campo das Vertentes. Rafaela Drumond, escrivã da Polícia Civil

Reprodução/Redes Sociais

Será realizada na tarde desta segunda-feira (27), a partir das 17h, uma audiência preliminar do processo que envolve a morte da escrivã Rafaela Drumond. A policial foi encontrada morta em casa no dia 9 de junho após ter denunciado episódios de assédio na delegacia onde trabalhava em Carandaí, na Zona da Mata mineira.

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Em entrevista à TV Integração, o pai de Rafaela disse que estará presente e que contratou um perito para contestar a perícia realizada pela corregedoria da Polícia Civil.

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“No meu ponto de vista do pai, não foi uma perícia precisa, profissional. No ponto de vista de pai, entendeu, tendo em vista que ela foi completamente parcial ao inspetor e ao delegado”, disse Aldair Drumond.

Ainda segundo Aldair Drumond, é preciso combater o assédio moral que “parece ser coisa natural na Polícia Civil”.

“O caso da Rafaela não é um caso isolado. Se você analisar bem, de junho para cá foram seis policiais que tiraram a vida, seis. É muita coisa, é um por mês. O assédio mata. Esse caso é um caso muito sério, teria que ter um acompanhamento muito sério e, infelizmente, não deu. Desfechou isso aí”, completou.

Aldair Drumond, pai de Rafaela

TV Integração/Reprodução

Em nota, a Polícia Civil informou que o inquérito foi concluído e enviado à Justiça. Além disso, está em andamento a Sindicância Administrativa, que apura eventual responsabilidade disciplinar dos servidores.

“A PCMG esclarece que eventuais denúncias sobre prática de atos que constituam assédio são imediatamente investigadas pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil, por meio de procedimentos disciplinares e criminais. Há, inclusive, uma comissão que atua, especificamente, nas denúncias de assédio moral”, complementou a nota.

A audiência

No fim de outubro, o g1 mostrou que a Justiça acatou o pedido do Ministério Público de Minas Gerais acerca do caso de Rafaela Drumond. Com isso, ficou confirmado o arquivamento do inquérito policial que apurava o investigador Celso Trindade de Andrade.

Com relação ao delegado Itamar Cláudio Netto, que o MP apontou omissão, a Justiça de Carandaí entendeu não ser competente para analisar o caso e o transferiu para o Juizado Especial Criminal, órgão responsável pelas infrações de “menor potencial ofensivo”.

Por se tratar de um crime de “menor potencial ofensivo”, ele não foi denunciado e não se tornará réu. A situação dele será analisada nesta audiência.

Relembre o caso

09/06:

Rafaela Drumond foi encontrada sem vida pelos pais em casa, que fica em um distrito de Antônio Carlos. A escrivã, que tinha 31 anos, era lotada em Carandaí.

12/06:

Polícia Civil abre investigação sobre a morte da policial. Em paralelo à apuração policial, o Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindep-MG) informou sobre o recebimento de diversas denúncias de que a vítima vinha sofrendo assédio moral, sexual, além de pressão com a sobrecarga no trabalho.

13/06:

Em entrevista à TV Integração, o pai Aldair Divino Drumond disse que a filha não chegou a contar sobre os assédios.

15/06:

Um vídeo que mostra a escrivã sendo xingada começa a circular nas redes sociais. A perícia, na época, disse que iria investigar.

21/06:

Em áudios enviados a uma amiga em fevereiro deste ano, a escrivã relatou episódios de assédio moral e sexual, perseguição, boicote e até uma tentativa de agressão física.

23/06:

Delegado e investigador de Carandaí são transferidos de unidade.

29/06:

Delegado e investigador que trabalhavam com escrivã prestam depoimento.

18/10:

Ministério Público vê omissão de delegado investigado em caso de escrivã encontrada morta.

24/10:

Justiça acata o pedido do Ministério Público de Minas Gerais acerca do caso. Com isso, ficou confirmado o arquivamento do inquérito policial que apurava o investigador Celso Trindade de Andrade. Com relação ao delegado Itamar Cláudio Netto, que o MP apontou omissão, a Justiça de Carandaí entendeu não ser competente para analisar o caso e o transferiu para o Juizado Especial Criminal, órgão responsável pelas infrações de “menor potencial ofensivo”.

17/11:

Justiça marca para o dia 27 de novembro a audiência preliminar do processo que envolve a morte da escrivã Rafaela Drumond.

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FONTE: G1 Globo

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