Nova versão de Blade é o primeiro filme paralisado por conta da greve de roteiristas de Hollywood
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Nova versão do caçador de vampiros será protagonizada pelo ator americano Mahershala Ali, vencedor de dois Oscars. Última greve no setor, há 15 anos, custou US$ 2,1 bilhões à economia da Califórnia. Mahershala Ali concorre na categoria Melhor ator coadjuvante por 'Green Book: O Guia' no Bafta 2019
Tolga Akmen/AFP A greve dos roteiristas de Hollywood afetou a primeira produção de cinema: o filme "Blade" foi pausado pela Marvel por conta da paralisação. A informação é do Hollywood Reporter. Os roteiristas de cinema e televisão de Hollywood cruzaram os braços na última terça-feira (2) após o fracasso nas negociações por aumentos salariais com estúdios de produção, como Walt Disney e Netflix. A nova versão de Blade, o caçador de vampiros, será protagonizada pelo ator americano Mahershala Ali, vencedor de dois Oscars de melhor ator coadjuvante pelos seus papéis em "Moonlight: Sob a Luz do Luar" (2016) e "Green Book: O Guia" (2018). O personagem já tinha chegado à telona três vezes com Wesley Snipes como protagonista. "Blade" começou a trilogia em 1998; o cineasta mexicano Guillermo del Toro dirigiu a segunda parte, intitulada "Blade II" (2002); e "Blade: Trinity" (2004) tinha sido, até agora, o último filme sobre este personagem. Segundo o Hollywood Reporter, o elenco e equipe já foram informados de que as filmagens serão interrompidas, e que retornarão ao fim da greve. Placa de Hollywood, nos Estados Unidos Globo Repórter/ Reprodução Ainda de acordo com o veículo, o filme havia contratado o criador de True Detective, Nic Pizzolatto, para a produção, mas ele nem teve tempo de iniciar os trabalhos. A greve dos roteiristas já trouxe impactos aos programas de TV, como os talk-shows e no humorístico "Saturday Night Live". Essas atrações devem recorrer a reprises enquanto o impasse durar. Também houve paralisação nas filmagens da série Billions e Stranger Things. Greve dos roteiristas Esta é a primeira greve da categoria em 15 anos. Da última vez, a paralisação durou 100 dias e custou US$ 2,1 bilhões à economia da Califórnia, além de ter afetado produções de cinema e TV. A realização de uma greve pelo Sindicato dos Roteiristas da América (WGA, na sigla em inglês) foi aprovada no mês passado, caso as negociações com os estúdios fracassassem. Ao todo, são mais de 11 mil trabalhadores. A categoria argumenta que os trabalhadores tiveram os salários prejudicados por causa da revolução do streaming, que resultou em temporadas de TV mais curtas e pagamentos residuais menores. "As respostas dos estúdios às nossas propostas foram totalmente insuficientes, dada a crise existencial que os escritores estão enfrentando", afirma um comunicado publicado pela WGA. Por outro lado, a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMTPT, na sigla em inglês), que representa alguns estúdios como Walt Disney e Netflix, afirmou que ofereceu "aumentos generosos" durante a negociação. Em comunicado, a aliança disse que entre os principais pontos de discórdia estavam propostas que "exigiriam que uma empresa contratasse um certo número de escritores para um programa por um período de tempo especificado, seja necessário ou não". Outro ponto que está em negociação é o uso de inteligência artificial (IA). O WGA quer uma garantia para que os estúdios não usem o recurso para criar scripts a partir de trabalhos anteriores, ou que os escritores revejam rascunhos criados por IA. A crise que atinge as produções de Hollywood também envolvem a queda na receita publicitária das emissoras de TV, além do avanço do streaming. Impacto na produção Depois de talk-shows, o primeiro impacto da greve deve aparecer em novelas que passam durante a manhã e tarde nos Estados Unidos também devem ser interrompidas. Isso porque os capítulos são gravados pouco depois de serem escritos. No caso das séries, comédias e dramas que vão ao ar no horário nobre, as temporadas devem ser finalizadas sem problemas, já que existe um intervalo maior entre a produção do roteiro e a gravação. Caso a greve se prolongue por muito tempo, a estreia de novas temporadas de programas e séries de televisão podem atrasar. Nos Estados Unidos, as emissoras costumam estrear uma nova programação no outono do hemisfério norte, em meados de setembro. No caso do streaming, a Netflix disse que manterá o catálogo renovado com produções feitas fora dos Estados Unidos. No entanto, séries norte-americanas podem ser afetadas se a greve se prolongar. Já em relação ao cinema, o impacto deve ser menor, uma vez que os filmes demoram meses para ser gravados. Atualmente, os estúdios possuem um fluxo de produções já escritas e gravadas para lançamento. Telejornais e reality shows não devem ser afetados, já que os funcionários são representados por sindicatos diferentes. VÍDEOS: mais assistidos do g1FONTE: G1 Globo