OEA chega a acordo para condenar Nicarágua
Os países da Organização dos Estados Americanos (OEA) chegaram a um acordo, pendente de aprovação no plenário, para condenar a crise de direitos humanos na Nicarágua, durante uma assembleia anual, na qual os Estados Unidos insistiram em que "os governos autoritários" prestem contas.
A comissão geral aprovou um projeto de resolução sobre a Nicarágua que pede ao governo de Daniel Ortega que "encerre toda violação dos direitos humanos e respeite os direitos civis e políticos, e que se abstenha de toda forma de intimidação" contra a imprensa, as comunidades religiosas e as ONGs. Também pede ao líder nicaraguense que "liberte de forma imediata e incondicional todos os presos políticos", como solicitado pelos órgãos da OEA.
A mesma comissão apresentará em sessão plenária para a sua aprovação projetos de resolução sobre o Haiti, as mudanças climáticas e a migração de menores. Paralelamente, continuam as sessões plenárias, nas quais vários países, como Argentina, Bolívia e México, criticaram a OEA. Mas os Estados Unidos saíram em defesa da organização.
"Vários governos das Américas questionam a relevância da OEA e da democracia em geral. Acreditamos na democracia e em sua capacidade permanente de renovação e revitalização, e acreditamos na OEA, tanto em sua capacidade de melhorar nossas democracias individuais quanto de nos unir para resolver problemas", disse o secretário de Estado americano, Antony Blinken.
O chefe da diplomacia americana insistiu na necessidade de "seguir chamando a atenção para as violações generalizadas dos direitos humanos perpetradas por governos autoritários, e de buscar formas de responsabilizá-los e encerrar a repressão", sem citar nenhum país em particular. "Temos que fazer ouvir nossas vozes quando nossas democracias se distanciam dos princípios que acordamos defender."
Minutos antes, Blinken presidiu uma reunião ministerial que aprovou um plano para reforçar a saúde pública nas Américas nos próximos sete anos. O projeto contempla um aumento do investimento nos sistemas de saúde, que estiveram sob forte pressão durante a pandemia de covid-19, e envolve o desenvolvimento de ferramentas digitais e novas tecnologias, como a inteligência artificial, nas instições de saúde.
Uma das grandes ameaças à saúde pública nos Estados Unidos é o fentanil, opioide sintético até 50 vezes mais potente do que a heroína, fabricado por carteis de drogas no México. Blinken anunciou na OEA que seu país irá liderar "uma coalizão" de países para lutar contra o problema. "Convocamos os países de toda a região a se unirem neste esforço", declarou.
FONTE: Estado de Minas