Operação israelense na Cisjordânia mata cinco palestinos

19 jun 2023
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Ao menos cinco palestinos morreram, e sete integrantes das forças de segurança israelenses ficaram feridos na Cisjordânia ocupada, nesta segunda-feira (19), em confrontos violentos durante uma operação do Exército que incluiu disparos de mísseis feitos de um helicóptero.

Em Jenin, no norte da Cisjordânia, ainda soavam disparos no meio da tarde. Os feridos foram levados de ambulância para o hospital Ibn Sina, observou um jornalista da AFP.

Uma multidão se reuniu do lado de fora do hospital, enquanto os funerais dos mortos nessas últimas horas de confrontos estavam sendo preparados.

O Ministério palestino da Saúde relatou cinco mortos e pelo menos 91 feridos. As vítimas fatais são: Ahmed Saqer, de 15 anos; Khaled Assassa, 21; Qais Jabareen, 21; Ahmad Daraghmeh, 19; e Qassam Abu Saria, 29.

Este último era um combatente da Jihad Islâmica, anunciou o grupo islamita em um comunicado.

Entre os feridos está o jornalista palestino Hazem Nasser, que foi hospitalizado por causa de um ferimento de bala, disse o sindicato de imprensa palestina.

O ministro da Saúde, Mai al Kaila, pediu o envio "urgente" de insumos médicos, remédios e bolsas de sangue a Jenin.

O Exército de Israel informou que sete membros das forças de segurança ficaram feridos e foram hospitalizados.

- "Todos os recursos" -

O governador adjunto da província de Jenin, Kamal Abu al Rub, disse que o Exército israelense entrou no acampamento de refugiados palestinos de Jenin às 4h (22h de domingo, no horário de Brasília).

Os confrontos no setor foram de grande intensidade e um helicóptero disparou dois mísseis, segundo um fotógrafo da AFP, algo que não acontecia há anos.

O Exército israelense anunciou uma incursão em Jenin para deter "suspeitos procurados", durante a qual se registrou um "tiroteio intenso" entre suas forças e homens armados.

Um helicóptero do Exército abriu fogo contra homens armados para ajudar na saída dos soldados da área, afirma a nota.

O tenente-coronel Richard Hecht, porta-voz do Exército israelense, informou que um veículo blindado de transporte de tropas foi danificado por artefato explosivo de potência "muito incomum".

"Tínhamos cinco policiais de fronteira israelenses feridos e dois soldados também levemente feridos", disse ele. "Tivemos que retirar nossos feridos".

O ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant, prometeu usar "todos os recursos a sua disposição para atacar os elementos terroristas, onde quer que estejam".

Uma fonte do serviço de informação palestino disse que foi a primeira vez que um helicóptero disparou mísseis contra Jenin desde 2002, durante a Segunda Intifada (levante palestino).

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, afirmou que está "extremamente preocupado" e denunciou o aumento do "uso excessivo da força" e dos "assassinatos ilegais" por parte das forças israelenses na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967.

- "Uma batalha global" -

Jenin, reduto de grupos armados palestinos, no norte da Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967, é cenário frequente de incidentes violentos com as forças israelenses, que executa muitas operações na região.

Cercado pelo Exército israelense em 2002, o campo de refugiados de Jenin foi devastado nos confrontos, nos quais morreram 52 palestinos e 23 soldados israelenses.

"Estamos no meio de uma batalha global em todas as frentes que exige a unidade do nosso povo contra esta agressão", reagiu o ministro palestino de Assuntos Civis, Hussein al-Sheikh, nas redes sociais.

Em março, quatro palestinos, incluindo um adolescente e combatentes, morreram em uma operação israelense no campo de refugiados.

Dez palestinos morreram em uma incursão na área em janeiro, a operação com o maior número de vítimas fatais na Cisjordânia em duas décadas.

Desde o início do ano, ao menos 162 palestinos, 21 israelenses, uma ucraniana e um italiano morreram no conflito israelense-palestino, de acordo com um balanço da AFP baseado nas informações divulgadas por fontes oficiais israelense e palestinas.

Do lado palestino, os números incluem combatentes e civis, entre eles menores de idade, e do lado israelense a maioria de civis, que também incluem menores de idade, e três membros da minoria árabe.


FONTE: Estado de Minas


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