Países de América Latina e África anunciam iniciativa para recuperar rios
Países de América Latina e África anunciaram, nesta quinta-feira (23), "uma iniciativa histórica" para recuperar, até 2030, 300 mil km de rios, lagos e pântanos danificados pela atividade humana.
Este "Desafio da Água Doce", lançado por uma coalizão de governos que inclui Colômbia, República Democrática do Congo, México e Gabão, visa a recuperar cerca de 300.000 km de rios até 2030 - cerca de "sete voltas em torno da Terra" - e 350 milhões de hectares de zonas úmidas, do tamanho da superfície da Índia, informaram em comunicado a ONU e vários outros, durante a Conferência da Água, realizada em Nova York.
"A iniciativa mais importante da História para a recuperação dos rios e pântanos" pede a todos os governos que definam objetivos nacionais para restabelecer a boa saúde dos ecossistemas de água doce, vitais para as necessidades hídricas da humanidade e a diversidade.
Em um momento no qual a escassez de água é generalizada em todo o mundo, devido ao desperdício, à poluição ou às mudanças climáticas, os ecossistemas de água doce estão entre os mais ameaçados do planeta
"O sinal mais claro dos danos que continuamos causando em nossos rios, lagos e pântanos é a redução impressionante de 83% das espécies de água doce desde 1970", destacou Stuart Orr, da ONG WWF, que espera que a iniciativa possa reverter esta tendência.
"Rios, lagos e pântanos saudáveis sustentam nossas sociedades e economias, mas são sistematicamente subestimados e negligenciados", comentou Inger Andersen, diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, elogiando o surgimento da coalizão. "Embora os países tenham se comprometido a restaurar 1 bilhão de hectares de terra, o Desafio da Água Doce é um primeiro passo fundamental para concentrar as atenções nos ecossistemas de água doce, tão necessários."
"Os ecossistemas de água doce saudáveis são essenciais para a segurança hídrica e alimentar, ao mesmo tempo que se discutem as crises do clima e da natureza e se promove o desenvolvimento sustentável", ressaltou Martha Delgado Peralta, subsecretária mexicana de Assuntos Multilaterais.
FONTE: Estado de Minas