Partes em conflito prorrogam cessar-fogo no Sudão
Os dois generais em conflito no Sudão concordaram, nesta segunda-feira (29), em prorrogar por cinco dias um cessar-fogo que entrou em vigor há uma semana para garantir corredores humanitários seguros, mas que nunca foi respeitado.
A trégua, negociada com mediadores americanos e sauditas em Jidá, entrou em vigor no último dia 22 e terminaria na noite de hoje. Pouco antes do fim do prazo, Arábia Saudita e Estados Unidos anunciaram a prorrogação.
Em comunicado conjunto, os mediadores internacionais informaram que receberam "com satisfação o acordo entre as Forças Armadas Sudanesas e as Forças de Apoio Rápido para uma prorrogação por cinco dias do acordo de cessar-fogo que assinaram em 20 de maio de 2023". Embora não tenha sido respeitada totalmente, a trégua permitiu a entrega de ajuda humanitária, e sua prorrogação "permitirá prosseguir com os esforços" neste sentido, acrescentaram.
O Sudão está mergulhado em uma guerra que já deixou 1.800 mortos e mais de 1 milhão de deslocados, segundo a ONG Acled e a ONU. Os confrontos começaram em 15 de abril, entre o Exército, comandado pelo general Abdel Fatah al-Burhan, e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR), liderados pelo general Mohamed Hamdan Daglo.
Os dois grupos se acusaram mutuamente de violação do cessar-fogo, assim como nas dezenas de tréguas acordadas desde o início dos confrontos.
- Ajuda humanitária -
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) anunciou hoje que conseguiu ajudar milhares de pessoas retidas em Cartum, pela primeira vez desde o começo do conflito. A trégua acordada no último dia 20 deveria permitir a chegada de ajuda humanitária, reativar os serviços hospitalares e facilitar os deslocamentos dos civis.
Os responsáveis pela ajuda humanitária advertiram que puderam transportar apenas quantidades reduzidas de comida e remédios, em um país onde 25 milhões dos 45 milhões de habitantes precisam desta ajuda para sobreviver, segundo as Nações Unidas.
Três quartos dos hospitais estão fora de serviço nas zonas de combate, segundo o sindicato dos médicos. A situação é especialmente crítica em Darfur, região do oeste mais afetada pela violência, juntamente com a capital.
FONTE: Estado de Minas