Petroecuador amplia declaração de ‘força maior’ por conflitos com indígenas
A petrolífera estatal do Equador, a Petroecuador, ampliou nesta terça-feira (21) a declaração de "força maior" para outros três blocos da província amazônica de Orellana devido a conflitos com comunidades indígenas que dificultam as operações.
Além disso, advertiu que "solicitará o apoio das Forças Armadas" para "proteger essas instalações estratégicas" e "garantir a integridade dos trabalhadores e das operações", segundo um comunicado.
A companhia emitiu a mesma declaração no domingo para um bloco também localizado em Orellana (nordeste), alegando que desde 21 de fevereiro uma manifestação de indígenas tem impedido o "desenvolvimento normal" das atividades.
Essa medida não implica na suspensão da produção de petróleo, o principal produto de exportação equatoriano. Com ela, a empresa busca evitar punições por descumprimentos por parte de seus compradores.
Em Orellana, nas áreas onde há atividade petrolífera, vivem indígenas das nacionalidades waorani e kichwa, que rejeitam a exploração de recursos e exigem atenção do Estado.
"O conflito mantido há vários meses (...) resultou em paralisações que impedem o desenvolvimento normal das atividades hidro-carboníferas, afetando drasticamente a produção", acrescentou a Petroecuador.
Entre dezembro e fevereiro, a companhia registrou perdas diárias de 3.500 barris de petróleo devido às manifestações dos indígenas waorani na Amazônia.
Em 2022, o Equador produziu cerca de 481.000 barris diários de petróleo. As exportações geraram no ano passado ao país, ex-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), receitas de mais de 10 bilhões de dólares (cerca de R$ 52,4 bilhões), o equivalente a 10% do PIB.
Os povos indígenas equatorianos, organizados em torno da poderosa Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), lideraram revoltas que provocaram a queda de três presidentes entre 1997 e 2005.
Em junho do ano passado, a Conaie conduziu 18 dias de protestos contra o presidente Guillermo Lasso, que deixaram seis mortos e obrigaram o governante a reduzir o preço dos combustíveis.
FONTE: Estado de Minas