Pirâmide financeira: cantora gospel é presa pela segunda vez
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A cantora gospel Isabela Cristi Gomes Barros, de 28 anos, foi presa novamente nessa quarta-feira (7/6), em Lagoa Santa, Região Metropolitana de Belo Horizonte. A ex-influenciadora ficou conhecida depois de ser acusada de manter um esquema milionário de pirâmide financeira e causar prejuízo a mais de 300 pessoas.
Isabela e o marido, David Robson de Barros, estavam em prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica desde o ano passado. No entanto, devido a um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça, ambos foram novamente encaminhados para o regime fechado.
De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Isabela deu entrada no Presídio de Vespasiano, ontem às 19h25, e David no Presídio de Lagoa Santa, às 19h13. A reportagem procurou o Tribunal de Justiça de Minas Gerais para saber o motivo da nova liminar de detenção, mas ainda não obteve resposta.
O casal teria usado cultos em igrejas evangélicas para atrair investidores para sua plataforma digital, onde prometiam lucros elevados em operações de compra e venda de ações na bolsa de valores. No início das investigações, 15 pessoas das cidades de Vespasiano, Lagoa Santa e Belo Horizonte registraram queixas, mas as vítimas do possível esquema ultrapassaram cerca de 300.
De acordo com a Polícia Civil, a empresa ID Investimentos tinha em torno de três mil clientes cadastrados com valores aportados de R$ 4 mil a R$ 40 mil. Contudo, houve quem colocasse cerca de R$ 150 mil em posse dos suspeitos.
“Propósito de Deus”
Isabela Cristi Gomes Barros e o marido David Robson de Barros, de 33 anos, são donos da plataforma I&D Investimentos, que comprava e vendia ações na bolsa de valores na operação denominada 'day trade'. Eles foram denunciados por estelionato ao não pagarem as promessas de lucros. Segundo as vítimas, a plataforma prometia o retorno dos aportes dos clientes em até 40 dias, mas, após os prejuízos, eles não eram mais atendidos pelo casal.
Em depoimento à Polícia Civil, David disse que operava como trader na bolsa de valores, ou seja, ele adquiria e negociava papéis no mesmo dia com o objetivo de obter lucro. Ele afirmou que ampliou as aplicações após a criação de 12 grupos de investidores no WhatsApp. Além disso, ele e Isabela frequentavam igrejas evangélicas da região e, durante os cultos, diziam que “investimento era um propósito de Deus”.
Na primeira vez que foram presos, conforme a polícia, o casal resistiu à ordem de prisão, e a porta do imóvel precisou ser arrombada. Além disso, eles tentaram usar a filha de apenas três meses como “escudo”.
FONTE: Estado de Minas