Polícia faz nova perícia em hotel do ES onde médica de MG foi encontrada morta
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Nova perícia foi feita na tarde desta terça-feira (5) e durou cerca de duas horas. O marido de Juliana, Fuvio Luziano Serafim e o motorista do casal, Robson Gonçalves dos Santos, seguem presos. Hotel onde médica foi encontrada morta passa por nova perícia
A Polícia Civil fez uma nova perícia nesta terça-feira (5) no hotel onde a médica mineira Juliana Pimenta Ruas El Aouar de 39 anos foi encontrada morta em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. O marido dela, Fuvio Luziano Serafim, ex-prefeito da cidade de Catuji, em Minas Gerais, e o motorista do casal, Robson Gonçalves dos Santos são os principais suspeitos e estão presos pelo crime. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram O ex-prefeito foi autuado em flagrante por feminicídio e o motorista por homicídio qualificado por motivo torpe mediante recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido. O g1 tentou contato com o advogado dos presos, mas não conseguiu nenhum retorno até a última publicação desta reportagem. Os dois tiveram a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva e seguem presos no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Colatina pai da médica disse que a filha sofria agressões do marido Peritos da Polícia Civil realizam segunda perícia em quarto de hotel onde médica foi encontrada morta Reprodução/TV Gazeta 📲 Entre para a comunidade do g1 ES no WhatsApp e receba nossas notícias InvestigaçãoA perícia da Polícia Civil chegou ao hotel por volta das 15h da tarde. O grupo recebeu reforço da equipe de Vitória para realizar a segunda perícia no quarto onde o corpo da médica foi encontrado.
"A gente vai verificar se houve sangue no local e se esse sangue foi lavado. É uma pesquisa por sangue latente, é usado um reagente específico que se detecta o ferro que tem no sangue, ele dá uma coloração muito intensa e a gente vai vai fazer outros exames pra comprovar se é sangue e possivelmente achar um DNA", explicou o perito criminal Giuliano Almeida. O trabalho da perícia durou cerca de duas horas e meia. "Foram encontrados indicativos de ferro que podem ser indicativos de sangue, mas já era esperado, haja vista que havia um cadáver no local. E as interpretações e as conclusões vão ser feitas. E as investigações serão concluídas a partir das análises", disse o perito. A médica de MG, Juliana Pimenta Ruas El Aouar, foi encontrada morta em hotel do ES; Marido e motorista do casal foram presos Reprodução/Redes Sociais A direção do hotel de Colatina informou que está colaborando com as autoridades para esclarecer os fatos. LEIA TAMBÉM: Pai de médica assassinada relata frieza de genro ao dar notícia da morte: 'ligou dizendo que havia acontecido uma coisa chata' Morta em hotel no ES mandou foto para amiga em abril com ferimento na testa; advogado diz que médica era agredida pelo marido O atestado de óbito apontou que Juliana teve traumatismo craniano, além disso, foi sufocada até a morte. "Ela respirou, aspirou o líquido do estômago, e isso ocorreu devido a perda de consciência. Basicamente foi isso que o médico identificou, essa perda de consciência fatalmente aconteceu por conta das lesões que ela apresentava. Duas lesões maiores na região do crânio, uma do lado direito e outra do lado esquerdo", contou o delegado Deverly Pereira Junior. Relacionamento abusivo Médica mandou foto para amiga em abril mostrando machucado na testa Reprodução/Redes sociais Siderson Vitorino, advogado da família da médica Juliana Pimenta Ruas El Aouar, disse que está trabalhando com provas que mostram que Juliana estava vivendo um relacionamento abusivo com Fuvio Luziano Serafim, e que estava tentando se separar há cerca de três anos. Uma das provas, segundo o advogado, seria uma foto que a vítima compartilhou com uma amiga com a testa ferida. “Ela falava que discutiam muito e que queria separar e que ele não deixava. Uma amiga já vinha percebendo episódios que ela aparecia roxa, com machucados, até que ela mandou essa foto mas disse que não podia falar do que se tratava, mas a amiga desconfiou que eram agressões”, contou Siderson. A foto foi enviada para a amiga em abril deste ano e mostra a testa com uma série de pontos de um corte. Mas, segundo o advogado, Juliana nunca dizia que esses machucados eram em função do relacionamento com o marido. O pai da vítima, Samir Sagih El-Aouar, também relatou que a filha já vinha sendo agredida outras vezes antes de ser assassinada. "Ele já vinha batendo nela algumas vezes, dizendo que ela tinha caído dentro de casa, todo dia um olho roxo, uma cicatriz de sete centímetros na região frontal. Tudo isso já vinha acontecendo e ela querendo sair do casamento, e ele ameaçando para ela não sair, ele não aceitava a separação", explicou Samir. Frieza ao dar a notícia Ex-prefeito da cidade de Catuji, em Minas Gerais, Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos foi preso por matar a esposa médica Juliana Pimenta Ruas El Aouar, de 39 anos Reprodução/Redes sociais Samir disse em entrevista durante o Programa Encontro com Patrícia Poeta, como recebeu a notícia da morte da filha. Foi o genro de Samir Sagih El-Aouar, Fuvio Luziano Serafim, principal suspeito do crime, que deu a informação. “Ele, o Fuvio, me ligou pela manhã, às 10 horas. Minha filha já estava morta, desde à noite, e ele me ligou pela manhã dizendo que havia acontecido uma coisa chata. Eu perguntei o que era e ele falou 'a Juliana está em óbito aqui'. Mas numa tranquilidade, eu quase enlouqueci! Comecei a chorar. Em seguida ele falou: chamei o samu [...]. Minha mulher logo acionou a polícia. A polícia chegou e ela já estava em óbito há muitas horas, toda machucada”, disse o pai. Ainda de acordo com Samir, o filho de 17 anos também conversou com Fuvio logo em seguida e o marido teria debochado do que tinha ocorrido. “Ele disse pro meu filho o seguinte: ‘ela nem aguentou nem o tranco da noite, riu e desligou o telefone’. Olha a frieza, olha a forma como ele falou com meu filho.” O crime: entenda como tudo aconteceu O que se sabe sobre a médica encontrada morta em hotel no Espírito Santo Juliana Pimenta Ruas El Aouar foi encontrada morta na manhã de sábado (2) em um quarto de hotel de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, onde o casal estava hospedado. De acordo com o Boletim de Ocorrência, o cenário encontrado pelos peritos foi o quarto toda revirado, sangue nas roupas de cama e a médica toda machucada. Os peritos encontraram, então, um medicamento de uso controlado, indicado como agente anestésico único para procedimentos cirúrgicos e diagnósticos que não necessitem de relaxamento muscular esquelético. O produtos estava no estacionamento do hotel, exatamente embaixo do quarto do casal. Segundo a Polícia Militar, uma equipe foi acionada para verificar a informação de que teria acontecido um homicídio nas dependências do hotel. Quando os policiais chegaram ao local, o gerente do estabelecimento disse aos militares que havia uma hóspede em um quarto com o marido e, em outro quarto, estava o motorista do casal. Ainda de acordo com o relato aos policiais, o gerente do hotel disse que, durante a madrugada, outros hóspedes reclamaram de barulho e bagunça no quarto do casal. Já pela manhã, Fuvio compareceu à recepção do estabelecimento, bastante alterado, querendo pagar a conta, alegando que a esposa estava passando mal e teria desmaiado. Neste momento, foi feito contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou o óbito no local. VÍDEOS: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito SantoFONTE: G1 Globo