Polícia Militar lança operação de proteção contra atentados em escolas
A Polícia Militar lançou, na manhã desta segunda-feira (10/4), a Operação de Proteção Escolar. Com isso, Minas Gerais se torna o primeiro estado brasileiro a ter um projeto de segurança nas escolas, depois do grande número de ataques a instituições de ensino registrados no Brasil nos últimos meses. O mais grave, aconteceu na última semana, em Santa Catarina, quando um homem invadiu uma creche e, com uma machadinha, matou quatro crianças e feriu cinco.
O objetivo da Operação, segundo o capitão Cristiano Araújo, porta-voz da PMMG, é aumentar a proteção nas escolas. Todo educandário receberá visitas de equipes de militares, da chamada Patrulha Escolar. No princípio, serão escolas municipais e estaduais. "Conclamamos as escolas particulares a participarem também. Para isso, basta entrar em contato com a PM e solicitar, que estaremos prontos a ajudar.”
Segundo o capitão Cristiano, a operação quer ainda aproximar diretores de escolas, professores, alunos e os pais destes. “Estamos criando uma rede de proteção, para a mobilização social. Queremos que toda informação relevante seja passada à PM. É importante que tudo o que circule nas redes sociais, chegue à corporação Isso irá facilitar o sistema de proteção.”
Aporte
A instalação da operação significa, nesse início de 2023, um investimento do governo estadual na Polícia Militar, segundo o capitão Cristiano. A PM está recebendo 127 novos veículos. “Em 2022 tínhamos, nessa área, a disponibilidade de 47 viaturas. A operação acontece no estado inteiro. A partir de agora, cada batalhão terá uma equipe especializada na proteção escolar.”
Um total de 160 policiais foi designado para a Patrulha Escolar, Será, segundo o militar, um serviço preventivo e para isso, é preciso que todos tenham muita atenção, para não acreditar em qualquer informação. “Neste final de semana, por exemplo, circularam informações falsas nas redes sociais. O Serviço de Inteligência da PM foi ativado e confirmou-se que não havia fundamento em nenhum desses alertas. Eram fake news. Será muito importante que as pessoas não acreditem na primeira informação. O ideal é repassar à PM, através do 190, para que possamos agir”.
Recepção positiva
Uma das escolas visitadas no primeiro dia da operação foi a Escola Estadual Flávio dos Santos, localizada na Rua Jacuí, 1131, na Renascença, região leste de Belo Horizonte.
O sargento Daniel Braga foi recebido pela vice-diretora Olímpia Prado, que apoia, integralmente, a ação. “Essa é uma ação positiva. Muitas vezes ficamos inseguros, com medo de estarmos correndo riscos. Ter um policial aqui dentro, sempre, é um sonho e também uma tranquilidade. Vamos passar essas informações aos alunos, às famílias, de que algo, muito importante, está sendo feito pela segurança nas escolas. Hoje, com as notícias de atentados, os alunos ficam alvoroçados e cobram providências da direção da escola.”.
Não só a vice-diretora se mostrou satisfeita. Também os alunos. Muitos chegavam perto e queriam saber o porque daquele policial estar ali dentro da escola. Maria de Fátima, de 12 anos, por exemplo, queria saber se a polícia estaria na escola o dia inteiro. “Isso seria muito importante para todos nós.”
Paulo Henrique, de 13 anos, falava que dessa maneira, com a presença da polícia, eles, os alunos, ficariam mais tranquilos, confessando que as notícias que circulam no Brasil são de assustar qualquer um. “Eu mesmo fiquei morrendo de medo”.
Como será
Não haverá um policial durante todo o dia nas escolas. Por enquanto, o PM, um ou mais de um, estarão visitando as escolas intermitentemente. “Os policiais passarão nas escolas pela manhã, no horário de entrada. E estarão dispostos a conversar com os alunos, diretores, professores, sendo que estes são fundamentais nesse programa, para dar instruções sobre como proceder em casos suspeitos”, diz o capitão Cristiano.
Ele explica que os policiais passarão pelas escolas durante todo o dia, mas não permanecerão naquele local durante todo o dia e noite. Hoje, são 160 policiais envolvidos na operação, somente em Belo Horizonte.
O capitão diz ainda, que qualquer suspeita por parte de pais e mesmo dos estudantes, deve ser repassada à PM. “Por exemplo, uma pessoa que é vista rodeando uma escola. É vista uma, duas, três vezes, ou mais, deve ser denunciada, pois pode ser um possível agressor, que estaria apenas sondando o terreno para cometer um crime”.
O militar comentou, ainda, um fator que serviria de ajuda, mas que seria muito caro. “Algumas escolas dos EUA têm detetor de metais na entrada. Esse seria o ideal, mas o investimento para isso é caro e inviável nesse momento.”
FONTE: Estado de Minas