Prefeito de Betim é criticado por tentar impedir obra do Rodoanel Metropolitano

16 ago 2022
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Reprodução/TV Globo

Obra, que teve o martelo batido em leilão na última semana, vai reduzir acidentescom novo traçado na Região Metropolitana de BH

O prefeito de Betim, Vitorio Medioli, tem sido criticado nas redes sociais pela tentativa de impedir que o Governo de Minas dê prosseguimento ao projeto do novo Rodoanel Metropolitano. Segundo críticas, Medioli estaria colocando os próprios negócios acima do interesse público na discussão. O prefeito da cidade da região metropolitana de Belo Horizonte tem agido para tentar barrar a execução da obra que vai reduzir congestionamentos, acidentes e mortes no entorno de BH com o novo trajeto.

“A faceta de empresário e especulador imobiliário tem falado mais alto do que a de administrador público. Ele quer agir como o poderoso chefão nesse caso”, afirma um integrante da oposição betinense, que pediu anonimato, temendo represálias. O receio é justificável. Sentenciado na Justiça em 2015 a mais de cinco anos de prisão por evasão de divisas, o italiano radicado no Brasil tem utilizado os veículos de comunicação que é proprietário para publicar fatos que seriam inverídicos contra adversários políticos e versões consideradas incorretas sobre o leilão, realizado de forma auditada na Bolsa de Valores de São Paulo.

Apesar das tentativas de Medioli, a Justiça deu diversas decisões desfavoráveis ao ítalo-brasileiro, e o leilão foi realizado no dia 12 de agosto. A empresa vencedora, também italiana, ofereceu um abatimento superior a 12% no valor que será pago pela gestão estadual. A outra proponente chinesa ofereceu deságio de 10,20%. A obra é orçada em R$ 5 bilhões, com recursos já garantidos através do termo de reparação da tragédia de Brumadinho, de aproximadamente R$ 3 bilhões, e da empresa vencedora do leilão, que investirá o restante do valor pela concessão de 30 anos da administração da via.

“Agora, o Medioli deve voltar a se preocupar mais com outro caso, o do orçamento secreto e da farra das verbas da Codevasf”, disse uma fonte de Betim, citando a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba. Alvo de questionamentos pelo uso de verbas públicas para beneficiar aliados do governo Bolsonaro, segundo reportagem da revista Crusoé, uma empresa de Medioli teve mais de R$ 64 milhões em contratos sem licitação com a Codevasf. Sobrinhos do prefeito de Betim teriam recebido mais de meio milhão de reais da companhia pública, ainda segundo a revista, em recursos destinados pelo senador e candidato ao governo de Minas, Carlos Viana (PL). Medioli e Viana eram do mesmo partido, o PSD, que é o mesmo do também candidato Alexandre Kalil, que teve condenação na Justiça Eleitoral mantida pelo TSE, por recursos que recebeu da venda de um apartamento para o prefeito de Betim, na eleição de 2016, para financiar sua primeira campanha à Prefeitura de Belo Horizonte.

Traçado do Anel Metropolitano proposto pelo Governo de Minas



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