Premiê polonês critica ‘miopia’ europeia em relação à China após visita de Macron
O primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, acusou os europeus, nesta quinta-feira (13), de cometerem um erro potencialmente histórico, ao procurarem laços mais estreitos com a China, em uma clara referência ao presidente francês, Emmanuel Macron, alertando para as consequências para a Ucrânia.
"Eles olham com miopia para a China para que possam vender mais produtos da União Europeia lá com um enorme custo geopolítico, tornando-nos mais dependentes da China, e não menos", disse o premiê Morawiecki, em visita a Washington.
"Você não pode proteger a Ucrânia hoje e amanhã dizendo que Taiwan não é da sua conta", disse ele, em conferência no "think tank" Atlantic Council, parafraseando Macron, sem nomeá-lo.
"Acho que, Deus me livre, se a Ucrânia cair, se a Ucrânia for conquistada, no dia seguinte a China poderia atacar, pode atacar Taiwan", disse ele.
Aludindo aos comentários de Macron junto ao presidente Xi Jinping sobre um papel mais multipolar, Morawiecki zombou.
"Autonomia europeia parece elegante, certo? Mas significa deslocar o centro da gravidade da Europa para a China e romper relações com os Estados Unidos", afirmou.
"Não entendo muito bem o conceito de autonomia estratégica, se isso significa, de fato, dar um tiro no próprio joelho", acrescentou Morawiecki.
"Alguns países europeus estão tentando cometer o mesmo erro que foi cometido com a Rússia, esse erro dramático" de dependência, criticou.
FONTE: Estado de Minas