Presidente da Comissão Europeia defende acordo entre UE e Mercosul vantajoso para ambos
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu que se feche o mais rápido possível um acordo entre Mercosul e União Europeia (UE) benéfico para ambos os blocos, durante sua visita à Argentina nesta terça-feira (13), parte de uma turnê pela América Latina.
"Espero que possamos concluir o acordo Mercosul-União Europeia. Trocamos uma primeira carta e esperamos uma resposta. Trabalharemos duro para fechar um acordo de benefício mútuo o mais rápido possível", disse em uma coletiva de imprensa na Casa Rosada, sede da presidência, ao lado do presidente argentino Alberto Fernández.
Após visitar o Brasil na segunda-feira, em uma viagem que continuará no Chile e no México, Von der Leyen reiterou que as partes devem estabelecer "uma meta ambiciosa: concluir o acordo antes do final do ano".
"Esse seria nosso desejo comum, temos uma janela de oportunidade para concluir este acordo. Se a janela se fechar, será uma pena (...). A maior parte do trabalho já foi feita", afirmou.
Fernández, por sua vez, considerou que o acordo depende da vontade política dos governos.
"Cabe a nós e à Europa remover os obstáculos, e se houver vontade política, não é tão difícil. Da nossa parte, o que pedimos é um acordo equilibrado", declarou.
O bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai alcançou um acordo com a União Europeia em 2019, que não foi ratificado devido a diversos obstáculos. Entre eles, objeções dos europeus à política ambiental do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (2019-2022) e ressalvas dos sul-americanos quanto à proteção da Europa à sua produção agrícola.
Von der Leyen também anunciou a assinatura de um memorando de entendimento com a Argentina sobre matérias-primas, incluindo o lítio, cuja demanda na Europa "crescerá 12 vezes até 2030".
A Argentina está entre os principais produtores mundiais desse metal e forma, junto com Bolívia e Chile, o chamado "triângulo do lítio", com quase 65% das reservas mundiais.
FONTE: Estado de Minas