Presidente do México liderará manifestação com conotação eleitoral
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, liderará uma manifestação na tarde deste sábado (18) na Cidade do México para comemorar um novo aniversário da expropriação petrolífera e continuar a fortalecer sua maquinaria eleitoral de olho nas eleições de 2024.
Aproveitando o 85º aniversário da nacionalização do petróleo no país, o mandatário de esquerda responderá ao desafio lançado pela oposição em 26 de fevereiro, quando dezenas de milhares de pessoas protestaram contra suas polêmicas reformas eleitorais, posteriormente aprovadas no Congresso.
"Não será uma festa cívica de todos os mexicanos, mas sim a resposta à oposição que saiu para protestar contra sua reforma eleitoral", declarou o historiador e analista político José Antonio Crespo à AFP.
López Obrador já havia convocado seus apoiadores às ruas em 27 de novembro na capital, dias após outro protesto da oposição contra as mudanças no Instituto Nacional Eleitoral (INE), que o presidente acusa de ser muito oneroso e de ter tolerado fraudes no passado.
Essa sequência de manifestações antecipa um capítulo prolongado de marchas e contramarchas em uma campanha precoce para as eleições presidenciais de meados de 2024 no México, onde não existe a reeleição presidencial.
"Vamos nos reunir no Zócalo (praça central) em 18 de março (...). Temos que reafirmar nossa independência, nossa soberania, lembrar desta decisão histórica", exortou o governante de 69 anos esta semana.
Ele se referia à decisão do presidente Lázaro Cárdenas (1934-1940), que em 18 de março de 1938 expropriou o petróleo no país e deixou o setor nas mãos do Estado até 2013, quando uma reforma constitucional passou a permitir a participação de capitais privados.
López Obrador, cuja aprovação ronda os 63%, impulsiona políticas nacionalistas no setor energético e considera essencial a de hidrocarbonetos, embora também promova projetos de energias limpas junto com os Estados Unidos.
Durante o governo que iniciou em 2018, a combalida produção de petróleo subiu de 1,6 para 1,9 milhões de barris diários, enquanto a estatal Pemex registrou lucros pela primeira vez em uma década.
O colunista político Hernán Gómez Bruera considera que a reforma eleitoral e a comemoração da expropriação petrolífera são um "pretexto" do presidente para manter mobilizada sua base social.
A manifestação está marcada para as 17h locais (20h de Brasília) e espera-se que o presidente faça uma declaração a partir do Palácio Nacional.
FONTE: Estado de Minas