Principais pontos sobre as manobras militares chinesas perto de Taiwan

09 abr 2023
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A China iniciou no sábado três dias de exercícios militares ao redor de Taiwan, uma forma de pressão após a reunião da presidente da ilha com o presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, um encontro que irritou Pequim.

Confira alguns elementos da operação, que recebeu o nome "Espada Conjunta".

- O dispositivo -

A China mobilizou um grande dispositivo militar ao redor de Taiwan como "uma advertência severa contra o conluio entre as forças separatistas que buscam 'a independência de Taiwan' e as forças externas", advertiu no sábado o porta-voz do exército chinês, Shi Yin.

As manobras incluem patrulhas e "simulações de ataques de precisão contra alvos cruciais" para criar uma "dissuasão em um cerco total" da ilha, afirmou o canal estatal chinês CCTV.

O dispositivo inclui dezenas de aviões de combate J-18 e J-10C, aeronaves antissubmarinos, sistemas lança-foguetes PHL-191 e mísseis terrestres antinavios YJ-12B, segundo a imprensa chinesa.

O ministério da Defesa de Taiwan detectou neste domingo 11 navios de guerra e 70 aviões chineses ao redor da ilha, depois de registrar o mesmo número de navios e 71 aviões no sábado.

- O que a China pretende? -

A China considera a ilha de Taiwan, de 23 milhões de habitantes, uma de suas províncias que ainda não conseguiu reunificar com o restante do território desde o fim da guerra civil, em 1949.

Pequim se opõe a qualquer contato oficial entre Taipé e governo estrangeiros.

Após a reunião de quarta-feira entre a presidente taiwanesa Tsai Ing-wen e o presidente da Câmara de Representantes americana, Kevin McCarthy, Pequim prometeu uma resposta dura.

As manobras militares são parte de uma campanha mais amplia de "pressão contra Taiwan", explica à AFP Ja Ian Chong, professor de Ciências Políticas na Universidade Nacional de Singapura.

Ele considera que "os encontros de alto nível permitem que Pequim culpe Taipé, Washington ou outros".

- Por que agora? -

Pequim aguardou o retorno de Tsai a Taiwan e o fim da visita à China do presidente francês, Emmanuel Macron, e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para iniciar a operação "Espada Conjunta".

Para James Char, especialista no exército chinês da Universidade de Tecnologia de Nanyang, em Singapura, isso mostra que a China está tentando "reativar" as relações com a Europa.

Mas uma operação militar contra Taiwan "será prejudicial para a abertura diplomática", adverte.

- Quais as diferenças para manobras anteriores? -

Os exercícios lembram os que aconteceram em agosto de 2022 em resposta à visita à ilha de Nancy Pelosi, antecessora de McCarthy na presidência da Câmara dos Representantes, a segunda autoridade americana na linha de sucessão presidencial.

Pequim executou manobras com munição real a 10 quilômetros da costa de Taiwan, em exercícios similares para cercar a ilha que duraram uma semana.

Desta vez, a China anunciou exercícios com munição letal perto das costas de Fujian (leste), a província do país que fica diante de Taiwan.

A operação "Espada Conjunta", no entanto, parece que "não tem a mesma dimensão das manobras observadas após a visita de Pelosi" à ilha - considerada por Pequim como seu próprio território -, destaca Manoj Kewalramani, analista do Instituto Takshashila, de Bangalore.

A situação econômica depois de três anos de covid-19 e a importância estratégica de Taiwan também podem ter influenciado, de acordo com Su Tzu-yun, analista militar do Instituto de Pesquisa sobre Defesa e Segurança Nacional de Taiwan.

"A restauração das rotas aéreas e marítimas de Taiwan este ano é muito importante para a retomada econômica dos países vizinhos e da própria China e, portanto, as manobras militares não devem ser intensificadas", disse à AFP.


FONTE: Estado de Minas


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