Procuradora-geral do Equador recebe ‘ameaças diretas’ de morte
A procuradora-geral do Equador, Diana Salazar, recebeu "ameaças diretas" de morte e intimidação contra sua família - informou o ente investigador nesta quinta-feira (1º).
"Você vai fazer aniversário, não quero estragar sua festa matando sua filha", diz uma das mensagens recebidas, segundo a imprensa local, pela procuradora-geral, conhecida por ter obtido uma condenação por corrupção contra o ex-presidente Rafael Correa (2007-2017).
"Nas últimas horas, as ameaças diretas à integridade da autoridade máxima da Procuradoria Geral do Estado e de sua família escalaram", comunica a instituição em sua conta no Twitter.
O Ministério Público anexou à denúncia uma captura de tela da mensagem de WhatsApp enviada para a procuradora-geral. O texto está acompanhado de um vídeo que mostra pelo menos seis pessoas armadas com fuzis, vestidas de preto e com bonés que impedem ver seu rosto.
Lê-se ainda: "Você decide, minha Dra.".
A imprensa local divulgou trechos do vídeo que mostram as ameaças contra Salazar, responsável pela investigação de casos notórios de corrupção, como o de subornos entre 2012 e 2016, pelo qual o ex-presidente Correa foi condenado a oito anos de prisão.
Enquanto os homens armados apontam seus fuzis para o chão, ouve-se a voz de um homem dizendo à procuradora: "Se você não for por bem, vai por mal, e por mal te mando para o inferno para comemorar".
O presidente Guillermo Lasso expressou sua solidariedade à procuradora e pediu aos equatorianos que "não tolerem que grupos criminosos e seus atos terroristas ameacem a vida de uma autoridade do Estado e busquem o controle das instituições de Justiça", de acordo com mensagem publicada também no Twitter.
Na mesma rede social, o ministro do Interior, Juan Zapata, ordenou que "unidades especializadas" investiguem a origem das ameaças e pediu para que se "reforce" a segurança da procuradora.
Nos últimos dias, Salazar tem estado no centro das atenções depois que o Conselho de Participação Cidadã e Controle Social, responsável pela nomeação de autoridades, acusou-a de cometer plágio em sua tese universitária.
Além disso, o Conselho da Magistratura, órgão que administra a função judiciária, convocou uma reunião para segunda-feira - que acabou não ocorrendo - para analisar um processo disciplinar contra a procuradora.
FONTE: Estado de Minas