Professora investigada por falas racistas em sala de aula presta depoimento na Polícia Civil em MG
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Suspeita foi ouvida por duas horas e meia pelo delegado Adnan Grava, em Muzambinho (MG). Além dela, 23 pessoas foram ouvidas durante as investigações. A professora investigada por falas preconceituosas e racistas durante aulas em uma escola de Muzambinho (MG) prestou depoimento, nesta quarta-feira (20), na Polícia Civil. A suspeita foi ouvida na delegacia por duas horas e meia pelo delegado Adnan Grava, que é o responsável pelo caso.
📲 Participe da comunidade e receba no WhatsApp as notícias do Sul de MG Com o depoimento dela, o delegado agora deve concluir o inquérito ainda esta semana. O processo tem quase 200 páginas e será encaminhado para a Justiça, que é quem deve enviar o caso para a Promotoria Pública. A professora foi a última a ser ouvida. Além dela, ao longo das últimas duas semanas, 23 pessoas também prestaram depoimentos, entre alunos, pais e funcionários da Escola Estadual Professor Salatiel de Almeida. Delegacia da Polícia Civil em Muzambinho (MG) Reprodução/EPTV Suspensa A suspeita foi suspensa pela Secretaria de Estado de Educação (SEE). Ela havia voltado a trabalhar na semana passada, mas, agora, foi afastada temporariamente. De acordo com a SEE, a suspensão preventiva foi publicada no final de semana. Ainda conforme a secretaria, ela foi afastada temporariamente das funções por possível descumprimento dos deveres do servidor público. O afastamento da professora, segundo a Secretaria de Estado de Educação, é de cerca de 30 dias. Falas preconceituosas Segundo os alunos, a professora utiliza falar preconceituosas em sala de aula há um bom tempo. Em agosto, estudantes gravaram as falas dela durante uma aula da disciplina de "Humanidades". No áudio, ela fala de cor, raça, pessoas obesas e até deficientes. "Hoje é muito modinha falar de racismo.. porque o prefeito feio, "entre aspas", vamos colocar assim? Não! Porque tudo que é bonito é exaltado. Cé tá entendendo? Tudo o que é bonito é exaltado", diz a professora. E ela continua: "Se fosse... A gente acha que é preconceito, por exemplo, gordo: gordura é feio. Tem pessoas mulatas que são bonitas, tem uns negros muito bonitos, mas você vai ver os 'traço' não ajuda, o cabelo não ajuda, entendeu? Então assim... 'cê' tem isso daí.. o deficiente, a pessoa que é deficiente, é bonito cê ver uma pessoa deficiente?", disse no trecho que circula nas redes sociais. Professora investigada por falas racistas em sala de aula é suspensa preventivamente em MG Reprodução/EPTV Devido ao retorno da professora, por se recusarem a entrar na sala de aula, estudantes estavam precisando assinar uma lista declarando que a ausência implicará na frequência. A volta da professora antes da conclusão do inquérito havia deixado alunos e pais de estudantes indignados na cidade. Investigação do caso Além da Polícia Civil, a Secretaria de Estado de Educação informou que a Superintendência Regional de Educação de Poços de Caldas esteve em Muzambinho e elaborou um relatório de inspeção. O documento foi encaminhado para o Núcleo Correição Administrativo, em Belo Horizonte, que vai investigar a conduta da professora. A secretaria reforçou que não compactua com possíveis ilícitos e que práticas discriminatórias são atitudes graves que violam os direitos humanos, a constituição e outras leis que tratam do respeito ao outro e a igualdade entre todos. Veja mais notícias da região no g1 Sul de MinasFONTE: G1 Globo