Quem é o engenheiro demitido pelo Google por dizer que programa de Inteligência Artificial tem consciência
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Blake Lemoine trabalhava há sete anos na empresa. Nas redes sociais, o engenheiro compartilhou artigo em que diz que poderia ser demitido logo por "fazer trabalho ético" com Inteligência Artificial. Blake Lemoine afirma que o LaMDA tem personalidade, direitos e desejos
THE WASHINGTON POST VIA GETTY IMAGES O ex-engenheiro de software do Google, Blake Lemoine, demitido na última sexta-feira (22), trabalhava há sete anos e seis meses na empresa. Em junho ele afirmou em uma entrevista que o chatbot, espécie de ferramenta computacional que tenta simular o comportamento humano em conversas, teria ganhado consciência ao perceber que a Inteligência Artificial (IA) começou a falar sobre seus direitos e sua personalidade. O engenheiro de software foi afastado logo depois da declaração. Em um perfil das redes sociais, Lemoine afirma que os avanços da inteligência computacional forneceram oportunidades que até então eram pura ficção científica. "Se você está procurando alguém para contratar para o trabalho em inteligência computacional que as pessoas dizem que não pode ser feito ainda, eu sou o cientista entusiasmado ansioso para ajudar suas ideias fantásticas a se tornarem realidade", afirma. Em outra rede social, o ex-funcionário do Google compartilhou no último sábado (23) um artigo recente, em que dizia que poderia ser demitido em breve por "fazer um trabalho ético com Inteligência Artificial". No texto, o engenheiro diz que tinha sido afastado por violar as políticas de confidencialidade da empresa, e que isso geralmente acontece quando o Google decide demitir alguém. "Eu sinto que o público tem o direito de saber o quão irresponsável esta corporação está sendo com uma das mais poderosas ferramentas de acesso à informação já inventadas. Tenho orgulho de todo o trabalho árduo que fiz para o Google e pretendo continuar fazendo isso no futuro, se eles permitirem", disse o ex-funcionário. Blake Lemoine fez cursos de especialização em Filosofia e Ciências da Computação pela Universidade da Louisiana, e se formou na área pela Universidade da Geórgia, no ano 2000. Ele começou a trabalhar no Google em 2015. Depois da saída, ex-funcionário do Google compartilhou artigo em que diz que poderia ser demitido em breve por "fazer trabalho ético" Foto: Reprodução Entenda o caso Em junho, o engenheiro de software do Google foi afastado pela empresa norte-americana após declarações controversas sobre um sistema de conversas inteligente da empresa virem à tona. Blake Lemoine disse que a ferramenta de inteligência artificial LaMDA (Modelo de Linguagem para Aplicações de Diálogo, na sigla em inglês), que ainda não foi lançada publicamente, teria alma e consciência. O funcionário foi afastado pelo Google e ficou em licença remunerada. As informações foram primeiramente divulgadas pelo jornal "Washington Post", que entrevistou o funcionário. Lemoine afirma que o chatbot, espécie de ferramenta computacional que tenta simular o comportamento humano em conversas, teria ganhado consciência ao perceber que a Inteligência Artificial (IA) começou a falar sobre seus direitos e sua personalidade. Veja outros detalhes da entrevista aqui. O que diz o Google Na sexta-feira (23), o Google afirmou que Lemoine violou as políticas da empresa e que considerou suas alegações sobre o LaMDA "totalmente infundadas". "É lamentável que, apesar do longo envolvimento neste tópico, Blake ainda tenha optado por violar persistentemente políticas claras de segurança de dados que incluem a necessidade de proteger as informações do produto", disse um porta-voz do Google em um e-mail à Reuters. No ano passado, o Google disse que o LaMDA - Language Model for Dialogue Applications - foi construído com base em pesquisas da empresa que mostram que modelos de linguagem baseados em Transformers, treinados a partir de diálogos, podem aprender a falar sobre qualquer assunto. O Google e muitos cientistas renomados foram rápidos em dizer que a opinião de Lemoine é equivocada, afirmando que o LaMDA é simplesmente um algoritmo complexo projetado para gerar uma linguagem humana convincente.FONTE: G1 Globo