Regime militar do Níger anuncia que pretende processar presidente deposto

13 ago 2023
Fique por dentro de todas as notícias pelo nosso grupo do WhatsApp!

Os autores do golpe de Estado no Níger contra o presidente Mohamed Bazoum anunciaram, neste domingo (13), em comunicado lido na TV nacional, a intenção de "processar" o presidente deposto por "alta traição" e por "minar a segurança" do país.

"O governo nigerino reuniu, no dia de hoje (...) evidências para processar o presidente deposto e seus cúmplices locais e estrangeiros junto às instâncias nacionais e internacionais competentes por alta traição e por minar a segurança interna e externa do Níger", declarou o coronel Amadou Abdramane.

O governo sustenta suas acusações com base nos "intercâmbios" de Bazoum com "cidadãos", "chefes de Estado estrangeiros" e "dirigentes de organizações internacionais".

A respeito do presidente deposto, os militares disseram que nunca tomaram o controle da residência presidencial, onde Bazoum está, e que o presidente deposto é livre para se comunicar com o mundo exterior.

Bazoum permanece na residência presidencial desde o golpe de Estado de 26 de julho, acompanhado do filho e da esposa.

Os militares asseguram que Bazoum "recebe regularmente a visita de seu médico".

Segundo um conselheiro do presidente, uma consulta médica foi realizada no sábado.

"Após esta visita, o médico não revelou nenhum problema sobre o estado de saúde do presidente deposto e dos membros de sua família", acrescentaram os militares.

O presidente deposto disse a vários meios de comunicação que é mantido "refém" e que não tem acesso a eletricidade e é obrigado a comer exclusivamente arroz e massas.

No comunicado, o regime militar também denunciou "as sanções ilegais, desumanas e humilhantes da Cedeao (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental)", adotadas após uma cúpula da organização, em 30 de julho.

O bloco de países oeste-africanos anunciou, entre outras medidas, a suspensão das transações financeiras e comerciais com o Níger.

Segundo o coronel Abdramane, a população nigerina está sendo "duramente atingida pelas sanções ilegais, desumanas e humilhantes impostas pela Cedeao", que "chegam a privar o país de produtos farmacêuticos, alimentícios", além do "fornecimento de eletricidade".

De acordo com os militares no poder, "todas as medidas urgentes estão sendo tomadas para atenuar ao máximo o impacto das sanções".

A respeito das pessoas próximas ao governo deposto detidas após o golpe de Estado, os militares acrescentaram que "reafirmam seu firme desejo de respeitar (...) os compromissos do Níger no tema dos direitos humanos".


FONTE: Estado de Minas


VEJA TAMBÉM
FIQUE CONECTADO