Reino Unido ordena à China que feche suas delegacias clandestinas em solo britânico
O governo britânico ordenou, nesta terça-feira (6), que a China feche as "delegacias de polícia" clandestinas que operam em solo britânico, que deveriam fornecer serviços administrativos, mas são acusadas de atuar na perseguição aos opositores.
O Ministério das Relações Exteriores britânico "notificou a embaixada chinesa de que qualquer função relacionada a tais delegacias de polícia no Reino Unido é inaceitável", disse o secretário de Estado para a Segurança, Tom Tugendhat, em declaração escrita ao Parlamento publicada nesta terça-feira.
Em resposta, as autoridades chinesas prometeram fechá-las, disse ele.
A presença desses postos chineses extraoficiais foi relatada no Reino Unido e também em outros países, como Estados Unidos e França.
O Ministério britânico do Interior e a polícia de Londres iniciaram investigações depois que o grupo de defesa dos direitos humanos Safeguard Defenders denunciou sua existência no ano passado.
Tugendhat mencionou três "delegacias" no Reino Unido e possivelmente uma quarta.
"Esses 'postos de polícia' foram montados sem nossa permissão e, por mais baixo que seja o nível de atividade administrativa, eles têm preocupado e intimidado aqueles que deixaram a China em busca de segurança e liberdade no Reino Unido", afirmou.
Em abril, o jornal britânico The Times publicou um artigo sobre Lin Ruiyou, um empresário chinês ligado ao Partido Conservador britânico. Ele dirige uma empresa de entrega de alimentos no bairro de Croydon, no sul de Londres, que também funciona como uma delegacia de polícia chinesa não declarada.
A embaixada da China em Londres afirmou, então, que já tinha assegurado "várias vezes que não existem supostos postos policiais no exterior" e criticou a imprensa por espalhar "falsas acusações".
As relações entre Londres e Pequim se deterioraram consideravelmente nos últimos anos, principalmente devido à repressão do movimento pró-democracia em Hong Kong, ex-colônia britânica, à situação da minoria muçulmana uigur e às suspeitas de espionagem relacionadas com a empresa de telecomunicações Huawei.
FONTE: Estado de Minas