Repressão a protestos no Irã deixa 537 mortos, diz ONG
As forças de segurança do Irã mataram ao menos 537 pessoas na violenta repressão aos protestos que emergiram no país em setembro de 2022 - informou uma ONG norueguesa nesta terça-feira (4), revisando o balanço anterior.
A organização Iran Human Rights (IHR, na sigla em inglês), radicada na Noruega, também disse que quatro pessoas foram executadas neste período sob acusações relacionadas aos protestos e que outras 300 foram enforcadas por acusações diversas, como parte de uma tática mais ampla para - de acordo com a ONG - "intimidar" a sociedade.
A onda de manifestações começou em meados de setembro, após a morte, no dia 16 desse mês, da jovem Mahsa Amini, de 22 anos. Ela faleceu sob custódia da polícia da moralidade, depois de ser presa, acusada de violar o código de vestimenta do país.
Os protestantes exigem, além da abolição deste regulamento, o fim do regime teocrático do Irã, estabelecido em 1979.
Um balanço anterior da IHR contabilizava 488 mortes em decorrência das manifestações. A organização explicou que o saldo mais recente se deve aos novos óbitos confirmados.
A maior parte deles foi registrada no fim de setembro (223), em outubro (100) e novembro (173), de acordo com um relatório divulgado pela ONG pelos 200 dias desde a morte de Amini.
Dentre as vítimas, 134 foram registradas no Sistão-Baluchistão, uma província do sudeste, onde a minoria sunita Baloch se manifestou durante semanas.
Em Teerã, pelo menos 69 mortes foram relatadas; no Curdistão, 57; e, no Azerbaijão Ocidental, 56.
FONTE: Estado de Minas