Rússia instalará base naval em região separatista da Geórgia
A Rússia instalará uma base naval na Abkhazia, uma região separatista pró-Moscou da Geórgia, anunciou nesta quinta-feira (5) o governante do território, em um momento de muitos ataques da Ucrânia contra a frota russa no Mar Negro, na Crimeia.
"Assinamos um acordo e, em um futuro próximo, a Marinha russa terá ponto de destacamento permanente no distrito de Ochamchire", afirmou o líder da Abkhazia separatista, Aslan Bzhania, ao jornal russo Izvestia.
O porta-voz do Kremlin se recusou a comentar a informação. "Não posso comentar absolutamente nada", disse Dmitri Peskov.
As relações entre Rússia e Geórgia são complexas. Os dois países protagonizaram uma guerra, curta mas extremamente violenta, em 2008 devido às tensões provocadas pela vontade da Geórgia de estabelecer uma aproximação com o Ocidente.
Após o conflito, Moscou reconheceu a independência de dois territórios separatistas do norte do país, Abkhazia e Ossétia do Sul, onde tem presença militar atualmente.
Aslan Bzhania, que deve ter uma reunião com presidente russo, Vladimir Putin, esta semana, declarou que o objetivo do acordo é melhorar as capacidades de defesa tanto da Rússia como da Abkhazia.
"Este tipo de cooperação continuará", declarou ao Izvestia.
Na últimas semanas, a Ucrânia intensificou os ataques contra instalações russas na Crimeia, uma península anexada por Moscou em 2014.
No fim de setembro, Kiev bombardeou a sede da frota russa no Mar Negro, em Sebastopol, e afirmou que matou mais de 30 militares russos.
Nesta quinta-feira, o governador da região russa de Kursk, Roman Starovoit, acusou o exército ucraniano de atacar a cidade de Rylsk com bombas de fragmentação, uma arma controversa.
"Uma mulher foi ferida por estilhaços e foi hospitalizada", anunciou o governador no Telegram.
Em julho, o governo dos Estados Unidos anunciou que o exército ucraniano havia começado a utilizar este tipo de armamento, fornecido por Washington. O uso é polêmico porque carga se dispersa e pode provocar muitas vítimas civis.
FONTE: Estado de Minas