Rússia ordena mais ‘nacionalizações’ de ativos ucranianos na Crimeia
A Rússia anunciou nesta quarta-feira (24) uma nova onda de "nacionalizações" de bens e ativos na Crimeia, anexada, incluindo um apartamento de Olena Zalenska, a esposa do presidente ucraniano, e o edifício oficial de um grupo minoritário muçulmano que é alvo de repressão.
"A Crimeia continua nacionalizando os bens dos inimigos da Rússia", declarou no Telegram o governador da península ucraniana, anexada em 2014, Serguei Aksionov, sem divulgar o valor total da operação.
"Um certo número de bens passa a ser propriedade da República" instalada por Moscou, acrescentou. Ele citou, entre outros, "o apartamento de Olena Zalenska em Yalta", às margens do Mar Negro.
O governador designado por Moscou também anunciou a "nacionalização de um edifício de Simferopol que pertence à organização extremista Mejlis, proibida na Rússia".
Mejlis é o nome oficial da assembleia tradicional dos Tártaros da Crimeia, uma minoria muçulmana que foi reprimida durante o período soviético e que voltou a enfrentar problemas desde que Moscou anexou a península.
Esta comunidade, que representa entre 12% e 15% dos dois milhões de habitantes da Crimeia, boicotou em grande parte o referendo de anexação organizado por Moscou em 2014. Dois anos depois, o Supremo Tribunal da península proibiu os Mejlis do Povo Tártaros da Crimeia e classificou o grupo como organização "extremista".
Aksionov afirmou que também serão nacionalizadas "grandes reservas vinícolas e estruturas bancárias".
O Parlamento regional, instalado por Moscou em 2014, deverá ratificar a decisão nas próximas horas.
Há três meses, as autoridades russas da Crimeia ordenaram "nacionalizações" similares, medidas com as quais a Rússia tenta encontrar recursos para financiar sua ofensiva na Ucrânia.
Parte dos lucros obtidos com os "quase 500 bens e ativos que foram nacionalizados" no início de fevereiro deveriam ser utilizados para "apoiar os participantes" na intervenção militar na Ucrânia, anunciaram as autoridades na época.
A Rússia também assumiu o controle de várias infraestruturas ucranianas nas regiões anexadas em setembro de 2022, como a central nuclear de Zaporizhzhia, que fica na região de mesmo nome, controlada parcialmente por Moscou.
FONTE: Estado de Minas