Sargento preso por morte de tenente dos bombeiros confessa crime: ‘Narra que havia divergência supostamente ligada a questões funcionais’, diz delegado

10 maio 2023
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Rafael Alves Veloso, de 42 anos, foi morto com quatro tiros quando saía para o trabalho na última sexta-feira (5), em Montes Claros. Sargento Anderson Pinheiro Neves se apresentou, acompanhado de advogados, e entregou a arma usada no homicídio. Coletiva de imprensa foi realizada nesta quarta-feira (10)

Marina Pereira/g1

O sargento do Corpo de Bombeiros Anderson Pinheiro Neves foi ouvido informalmente por investigadores da Polícia Civil e confessou ter matado o tenente da Corporação, Rafael Alves Veloso, motivado por desavenças entre os dois. A informação foi confirmada pela Polícia Civil em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (10).

Anderson Pinheiro Neves se apresentou na noite dessa terça-feira (9), acompanhado de advogados, e entregou a arma usada no homicídio.

“Ele não prestou depoimento por estratégia da defesa, mas informalmente narrou aos investigadores que havia divergência entre eles, supostamente ligada a questões funcionais, mas nenhum deles formalizou ou solicitou procedimento na instituição. Através de comentários feitos pelo autor e pela vítima com terceiros em relação a situação, é que foi possível estabelecer todo o contexto para a captura e identificação desse autor, como de fato responsável pelo homicídio”, explicou o delegado Bruno Rezende.

“Ele narra que teria ido na porta da residência da vítima apenas para conversar e lá teria tido uma divergência e efetuou os disparos de arma de fogo. Mas pra nós está bem colocado que ele premedita o crime e articula a ida até a residência para cometer o homicídio”.

Tenente Rafael Alves Veloso foi morto a tiros

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Segundo a Polícia Civil, foram efetuados 14 tiros e quatro acertaram a vítima, que não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Após cometer o crime, o sargento fugiu em uma motocicleta para Salvador (Bahia) e retornou para Montes Claros de ônibus e permaneceu em uma casa, providenciada pela defesa até o momento da apresentação.

Sargento do Corpo de Bombeiros investigado por matar tenente se apresenta à polícia

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Na coletiva, o delegado esclareceu que as investigações continuam no intuito de elucidar a motivação do crime e a Justiça autorizou a quebra do sigilo telefônico.

“Foi solicitado o afastamento do sigilo telefônico do autor, ele fez a entrega voluntária do celular que será apreciado pela perícia da Polícia Civil. Assim como o telefone da vítima, que está neste momento sendo analisado para que a gente possa tentar estabelecer se houve ameaça, conversa em relação a eles ou outras circunstâncias que possam estabelecer critérios efetivos de motivação. [...] O autor demonstrou arrependimento em relação aos fatos”.

O Coronel do Corpo de Bombeiros, Júlio Cesar Tóffoli, participou da coletiva de imprensa e esclareceu que não havia registro na Corporação de divergência entre o sargento e o tenente.

“Não há nenhum tipo de problema anterior registrado na nossa Corporação. Então, com a prisão do autor a gente entende que a investigação vai avançar e vamos ter maiores informações em relação a motivação”.

Ele disse ainda que o investigado estava trabalhando normalmente e não havia nenhuma restrição médica. Em relação a arma, o Comandante explicou que o sargento possuía autorização de posse e porte.

“Todos os bombeiros são qualificados, treinados e avaliados por uma junta médica para no final serem aptos a utilizar arma de fogo”. A instituição instaurou um procedimento administrativo para apurar o caso.

“Estão sendo colhidas todas as provas, ao final desse inquérito serão desmembrados a questão administrativa e a questão criminal. Na esfera administrativa, pode ser sancionada até a pena maior com a demissão, mas isso vai depender do andamento das investigações”.

O sargento Anderson Pinheiro Neves foi levado para o 10º batalhão da Polícia Militar, onde permanece preso. Os advogados que acompanharam a prisão não quiseram falar com a equipe da Inter TV que fazia a cobertura. Se algum defensor se manifestar, esta reportagem poderá ser atualizada.

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FONTE: G1 Globo


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