Secretaria afasta professor que trocou mensagens com aluno em escola de MG

28 set 2023
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Um professor que leciona filosofia na Escola Estadual Doutor João Pinheiro, em São Gonçalo do Sapucaí, no Sul de Minas, foi afastado do cargo na última segunda-feira (25/8). Ele é suspeito de enviar mensagens a um aluno de 15 anos com conteúdo inadequado e vocabulário inapropriado.
 
O caso foi denunciado à direção da escola, pelo adolescente e amigas dele, que em seguida acionou o Conselho Tutelar. As conselheiras ouviram a família do menor e depois acionaram a Polícia Militar. As mensagens teriam sido trocadas no dia 9 de setembro de 2023.
De acordo com a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG), o professor foi afastado das atividades pedagógicas da escola.
 
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que recebeu a ocorrência e que o procedimento investigativo já está em andamento. A PC só vai liberar mais informações após a conclusão do inquérito.
 

'Presunto do meu sanduíche'

 
O Estado de Minas teve acesso ao Boletim de Ocorrências, registrado pela Polícia Militar no dia 25 de setembro. Nele, a corporação cita que o Conselho Tutelar recebeu prints de conversas, via aplicativo Instagram, com mensagens trocadas pelo professor de filosofia e o aluno.
As conselheiras marcaram uma reunião com os pais e com o adolescente. O menor confirmou ter trocado mensagens com o educador e disse que notou que o homem conduzia a conversa para insinuações de cunho sexual.
 
“Vi a foto sua peladão"; "ti acho mt gente boa, o presunto do meu sanduíche"; "vai meter seu presunto em outro pão"; "você é superior a isso, melhor presunto do mercado, tem muita gente querendo provar"; "vc tem jeito de ser bem safadinho" – essas são algumas das mensagens enviadas pelo professor ao aluno.
 
 
As mensagens foram anexadas à denúncia feita ao Conselho Tutelar. O boletim cita ainda que o aluno teria enviado ao professor a seguinte mensagem: “e o pix de 300?”. O professor, por sua vez, teria respondido que o valor estava muito caro.
 
As conversas teriam sido trocadas no dia 9 de setembro, um sábado. No dia seguinte, no domingo, o professor voltou a mandar mensagem ao adolescente, perguntando como ele estava, mas o menor não respondeu. Não houve mais conversas entre eles depois disso, diz a PM.

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Três dias depois, na quarta-feira (13/9), o adolescente mostrou as mensagens para uma amiga, que, na companhia de outros amigos, procurou a direção da escola para relatar o ocorrido.
 
A mãe do adolescente relatou ainda à polícia que o filho tem sofrido bullying dentro da escola e também quando passa frente à outras escolas estaduais, onde o professor também leciona. “A Polícia Militar fez o registo da ocorrência e encaminhou para a Polícia Civil para procedimentos legais e investigação”, informou.
 

Nota da Polícia Civil sobre o caso

 
“A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) recebeu a ocorrência envolvendo um menor, em São Gonçalo do Sapucaí, na última segunda-feira (25/9). Procedimento investigativo foi determinado, com diligências preliminares em andamento. Mais informações após a conclusão do procedimento”, disse, em nota.
 

Nota da Secretaria de Estado de Educação de Minas (SEE-MG)

 
“Sobre o ocorrido na Escola Estadual Doutor João Pinheiro, em São Gonçalo do Sapucaí, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) informa que o servidor citado está afastado das atividades pedagógicas da unidade de ensino. A SEE/MG esclarece que a Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Varginha, responsável pela coordenação da escola, enviou uma equipe do Serviço de Inspeção Escolar até o local para oitivas com os envolvidos e elabora um relatório com a apuração preliminar, que será encaminhado ao Núcleo de Correição Administrativa (Nucad) da SEE/MG para avaliação de medidas cabíveis que poderão ser tomadas. A SEE/MG reforça que repudia qualquer conduta que possa ferir princípios irrevogáveis da dignidade humana, como o respeito mútuo, que deve ser cultivado de forma irrestrita nas instituições de ensino. Visamos, ainda, a construção de uma cidadania saudável a todos no ambiente escolar, além de resguardar o direito de defesa dos envolvidos. Por fim, é importante esclarecer que foi registrada uma denúncia na Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG) sobre o relato e que a averiguação dos fatos no âmbito criminal cabe às autoridades competentes”.
 
Iago Almeida / Especial para o EM

FONTE: Estado de Minas