Sem data para possível indiciamento, Trump criou ‘falsa expectativa’ sobre sua prisão

23 mar 2023
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Donald Trump criou uma "falsa expectativa" sobre sua prisão iminente, disse nesta quinta-feira (23) o procurador de Manhattan que investiga o ex-presidente por pagar US$ 130 mil a uma atriz pornô, enquanto cresce o nervosismo com uma possível acusação.

No momento, não se sabe quando o grande júri votará sobre sua possível acusação, apesar do fato de o republicano de 76 anos ter anunciado no fim de semana passado que seria preso na terça-feira.

O gabinete do procurador do distrito de Manhattan, Alvin Bragg, respondeu nesta quinta-feira a uma carta enviada por três congressistas republicanos -entre eles o presidente da comissão de Justiça, Jim Jordan- no início da semana, na qual pediam ao procurador que fizesse uma declaração no Congresso sobre o caso. Para os legisladores, trata-se de uma "política de perseguição" ao ex-presidente.

"Sua carta é uma investigação sem precedentes sobre um processo local que ainda não foi julgado", respondeu Leslie Dubeck, assessora do escritório de Bragg, aos três republicanos.

"Donald Trump criou uma falsa expectativa de que seria preso (...) e seus advogados os instaram a intervir. Nenhum dos fatos constitui uma base legítima para a investigação do Congresso", acrescentou Dubeck.

Trump fez o anúncio em sua plataforma Truth Social, causando uma comoção midiática, e convocou seus apoiadores a protestos "maciços", pondo em alerta máximo a polícia nova-iorquina, que ergueu barricadas em frente ao escritório de Bragg, no sul de Manhattan, e na Trump Tower.

- Sem data -

No entanto, não se sabe quando acontecerá o indiciamento, se é que irá ocorrer.

O grande júri, que decidirá se Trump é indiciado, não estava programado para se reunir nesta quinta-feira nem normalmente se reúne às sextas. Assim, uma decisão não é esperada antes da próxima semana.

Trump pode se tornar o primeiro ex-presidente a ser indiciado pela Justiça.

A procuradoria investiga o pagamento de 130 mil dólares (cerca de R$ 560 mil) à atriz pornô Stormy Daniels na reta final da campanha presidencial de 2016, para comprar seu silêncio sobre uma relação que teriam mantido 10 anos antes, algo que o magnata sempre negou.

O então advogado de Trump e agora inimigo Michael Cohen, ao testemunhar perante o grande júri, disse que fez o pagamento em nome de seu então chefe e que depois foi reembolsado.

Se não for devidamente contabilizado, o pagamento pode resultar em uma acusação de contravenção por falsificação contábil, segundo especialistas.

No entanto, pode ser considerado crime se a falsa contabilidade tiver a intenção de encobrir um segundo crime, como uma violação da lei de financiamento de campanha, que é punível com até quatro anos de prisão.

Segundo juristas, não será fácil provar estas acusações no tribunal. Assim, é incerto que o ex-presidente, que se declara vítima de uma "caça às bruxas", possa ser condenado à prisão.

Nesta quinta-feira, Trump repetiu na plataforma Truth Social que Bragg "não tem um caso".

O bilionário é alvo de várias investigações a nível estadual e federal que podem frustrar seus planos de voltar à Casa Branca em 2024.

Entre as investigações estão os esforços de Trump para reverter a derrota na eleições de 2020 no estado da Geórgia, os documentos sigilosos encontrados em sua mansão na Flórida e seu possível envolvimento na violência de 6 de janeiro no Capitólio.

Alguns observadores acreditam que um indiciamento é um mau presságio para as chances de Trump em 2024, enquanto outros dizem que pode aumentar seu apoio.


FONTE: Estado de Minas


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