Senado dos EUA aprova nomeação de chefe do Estado-Maior Conjunto após bloqueio republicano
O Senado dos Estados Unidos votou, nesta quarta-feira (20), a favor de confirmar o general Charles Brown como chefe do Estado-Maior Conjunto, uma das centenas de nomeações paralisadas devido ao protesto de um legislador contrário às políticas de acesso ao aborto do Pentágono.
A escolha de Brown foi aprovada com 83 votos a favor e 11 contra, tornando-o o segundo oficial afro-americano a ocupar esse cargo, depois de Colin Powell entre 1989 e 1993, em um momento em que o Pentágono é liderado por Lloyd Austin, o primeiro secretário de Defesa negro do país.
O líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, também mobilizou-se para que as nomeações do general Randy George como chefe do Estado-Maior do Exército e do general Eric Smith como comandante do Corpo de Fuzileiros Navais sejam votadas.
"Já deveriam estar exercendo seus novos cargos. O Senado não deveria ter que passar por obstáculos de procedimento apenas para agradar a um senador obstinado e equivocado", disse Schumer no plenário do Senado, frustrado pelo protesto do legislador Tommy Tuberville.
O presidente Joe Biden escolheu Brown em maio para ocupar o cargo após a aposentadoria do general Mark Milley em 29 de setembro. O Senado costuma aprovar rapidamente as nomeações militares por unanimidade.
No entanto, Tuberville, um republicano do Alabama que votou contra Brown, bloqueou essa opção por meses em oposição aos esforços do Pentágono para ajudar as tropas que precisam viajar para receber atendimento reprodutivo.
O Departamento de Defesa promulgou essas políticas no início deste ano em resposta à decisão da Suprema Corte de 2022 que revogou o direito ao aborto em todo o país.
Elas permitem que os membros em serviço se ausentem por motivos administrativos para receber "serviços de saúde reprodutiva não cobertos" e estabelecem subsídios de viagem.
Devido às ações de Tuberville, o Senado só pode aprovar as nomeações militares individualmente, o que leva muito mais tempo.
Tuberville ainda se recusa a ceder e afirmou após a decisão que seu "bloqueio continuará enquanto a política de aborto ilegal do Pentágono estiver em vigor".
Atualmente, há mais de 300 nomeações militares pendentes de votação.
Brown, que atualmente é chefe do Estado-Maior da Força Aérea dos Estados Unidos e foi nomeado oficial em 1984, é um experiente piloto com mais de 3.000 horas de voo, 130 delas em combate.
Ele foi comandante de um esquadrão de caças e de duas seções de aeronaves de combate, bem como das Forças Aéreas dos Estados Unidos do Comando Central e do Comando Indo-Pacífico.
FONTE: Estado de Minas