Senador nigeriano é condenado em Londres por caso de tráfico de órgãos
O senador nigeriano Ike Ekweremadu, ex-vice-presidente da Câmara Alta do país, foi considerado culpado em Londres nesta quinta-feira (23) por querer obrigar um jovem a extrair um rim para transplantá-lo a sua filha.
O parlamentar de 60 anos e sua esposa, Beatrice Nwanneka Ekweremadu, foram condenados, assim como o médico Obinna Obeta, que atuou como "intermediário", por levar um jovem nigeriano ao Reino Unido para remover um rim e transplantá-lo na filha do casal, Sonia, de 25 anos.
O jovem, um vendedor ambulante de 21 anos, recusou a cirurgia depois de passar por exames médicos em um hospital no noroeste de Londres e fugiu para notificar a polícia.
A família Ekweremadu então foi presa no aeroporto de Heathrow, em Londres, em junho de 2022. Desde então, o senador estava detido na capital inglesa, enquanto sua esposa e filha foram libertadas após o pagamento de fiança.
Os eventos ocorreram entre 1º de agosto de 2021 e 5 de maio de 2022.
Eleito senador por Abuja em 2003, Ekweremadu tentou no ano passado concorrer ao governo de Enugu como candidato do Partido Democrático Popular (PDP), seu estado natal, mas desistiu depois de não conseguir o apoio do partido.
As acusações contra ele geraram polêmica na Nigéria, com alguns expressando simpatia por sua família, enquanto outros demonstraram indignação.
"Onde mais no mundo existiria um ex-vice-presidente do Senado - que ainda é um senador ativo - que, embora esteja detido há mais de 200 dias, continua recebendo seu salário normal? O que está acontecendo? Por que ele não foi suspenso?", questionou Citizen Gbola, ativista da organização "Take It Back", diante do tribunal em Londres.
FONTE: Estado de Minas