Sepultura ainda tem fôlego, mas banda acerta ao se retirar de cena antes da decadência
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Derrick Green (à esquerda), Andreas Kisser, Eloy Casagrande e Paulo Jr. posam após o anúncio do fim do Sepultura em entrevista coletiva
Stephan Solon / Divulgação ♪ OPINIÃO – Feito na manhã de hoje, 8 de dezembro, o anúncio do fim de uma banda de peso como o Sepultura chega a ser nota dissonante no momento em que tantos grupos sem estatura e sem história promovem retornos marqueteiros para acionar a indústria da saudade. Álbuns vigorosos da discografia recente do grupo mineiro de metal, como Machine Messiah (2017) e Quadra (2020), atestaram que Andreas Kisser (guitarra), Derrick Green (voz), Eloy Casagrande (bateria) e Paulo Jr. (baixo) ainda têm fôlego jovial para levar adiante a banda criada em 1984, em Belo Horizonte (MG), pelos irmãos Max e Iggor Cavalera. Contudo, a banda acerta ao se retirar de cena antes do fim da festa, antes de uma possível decadência. Por isso, o Sepultura se decidiu pela morte. “Uma morte consciente e planejada”, como enfatiza o quarteto na nota enviada à imprensa musical nesta sexta-feira, 8 de dezembro, após entrevista coletiva do grupo. Antes de baixar sepultura, a banda rodará o mundo com turnê de despedida, Celebrating life through death, para festejar os 40 anos de sucesso. O show obviamente passa pelo Brasil de março a setembro de 2024, em rota nacional iniciada por Belo Horizonte (MG) e encerrada em São Paulo (SP). O show da turnê Celebrating life through death será gravado ao vivo ao longo da excursão mundial, gerando álbum ao vivo com 40 músicas captadas em 40 cidades diferentes. A intenção é produzir um disco e um show à altura do alcance global dessa banda de thrash metal que alcançou a glória em escala planetária ao longo dos anos 1990, década áurea que elevou o Sepultura com os álbuns Arise (1991), Chaos A.D. (1993) e Roots (1996). A propósito, Roots se tornou título emblemático na discografia do Sepultura por incorporar referências de música brasileira – sobretudo o toque da percussão tribal – ao universo do metal. Por tantos feitos, os músicos do Sepultura estão certos em planejar uma morte digna para a banda. Uma grande banda. A maior banda do Brasil no universo do heavy metal, que merece descansar em paz após a morte anunciada.FONTE: G1 Globo