Sérvia presta homenagem a ‘mártires’ mortos no Kosovo no domingo
A Sérvia qualificou, nesta quarta-feira (27), como "heróis" e "mártires" mortos pela "liberdade do povo sérvio" os membros de um comando abatidos no domingo no Kosovo após a morte de um policial kosovar em uma emboscada.
As bandeiras estão a meio mastro na capital e nesta quarta-feira foi declarado dia de luto nacional.
Convidado pela televisão nacional (RTS), o ministro da Defesa, Milos Vucevic, comparou esses membros de um comando paramilitar aos sérvios mortos no passado "pela liberdade do Kosovo e pela liberdade da Sérvia".
"São as novas vítimas nesta linha de heróis e mártires (...) pela liberdade do povo sérvio no Kosovo", declarou.
Os quatro homens, três dos quais foram identificados até agora, morreram em uma operação das forças especiais da polícia do Kosovo após a morte de um policial albano-kosovar em uma emboscada no norte do Kosovo.
Após a morte do policial, a poucos quilômetros da fronteira sérvia, dezenas de homens fortemente armados entrincheiraram-se em um monastério.
Quando a polícia kosovar tomou o local, já não estavam mais ali.
Segundo Pristina, pelo menos seis deles, feridos, haviam cruzado a fronteira com a Sérvia para receber tratamento em um hospital de Novi Pazar (sul). Apenas três foram presos e mantidos em prisão preventiva em Pristina por "crimes contra a ordem constitucional e segurança da República do Kosovo".
O Kosovo acusou imediatamente Belgrado de estar por trás desse ataque "criminoso e terrorista".
A Sérvia nega, acusando, por sua vez, o primeiro-ministro kosovar, Albin Kurti, e suas "provocações" contra os sérvios do Kosovo.
Belgrado nega-se a reconhecer a independência do Kosovo, declarada em 2008, e o diálogo sobre a normalização das relações entre os dois países - sob os auspícios da União Europeia - está paralisado, apesar de uma intensa atividade diplomática.
Cerca de 120.000 sérvios vivem no Kosovo, um terço deles no norte, de uma população de 1,8 milhão de habitantes, em sua grande maioria albaneses do Kosovo.
Uma grande parte dos que vivem no norte rejeita qualquer lealdade a Pristina.
FONTE: Estado de Minas