Setor financeiro não bancário está mais exposto ao aperto monetário, diz FMI

05 abr 2023
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O setor financeiro não bancário, que inclui seguradoras, fundos de pensão e fundos de investimento, representa um risco maior para o setor financeiro, devido à sua exposição às consequências do aperto monetário em curso, estimou nesta terça-feira (4) o Fundo Monetário Internacional (FMI).

No relatório sobre o setor financeiro mundial publicado a cada seis meses pela instituição (GFSR), o fundo adverte que a vulnerabilidade das instituições financeiras não bancárias (NBFI, sigla em inglês) aumentou na última década, à medida que as mesmas foram ganhando importância, a ponto de representar um risco para o setor em seu conjunto, no momento em que os bancos centrais aumentam suas taxas de juros.

Este aumento também atinge o conjunto das atividades das NBFIs, que costumam deter uma parte importante da dívida emitida pelos estados, difíceis de revender no mercado secundário nessas condições. As últimas emissões propõem, por exemplo, rentabilidades muito maiores a longo prazo do que as dos últimos anos.

Além disso, as NBFIs não estão sujeitas a uma regulamentação tão estrita quanto a dos bancos nos acordos de Basileia III e IV, principalmente em matéria de liquidez e exposição ao risco, quando as NBFIs representam, hoje, mais da metade do setor financeiro.

O FMI identificou três possíveis fontes de risco para o setor financeiro. Em particular, apontou a interconexão das NBFIs com os bancos, o que aumenta o risco de transferência de dificuldades entre uns e outros e limita as capacidades de financiamento da economia real, o que poderia causar uma forte desaceleração.

As outras duas fontes de preocupação estão relacionadas ao próprio funcionamento das NBFIs, como, por exemplo, uma liquidez inadequada, que as obrigaria a vender ativos para financiar os rendimentos prometidos aos clientes, sob o risco de incorrerem em maiores perdas antecipadas, situação que acelerou a quebra do Silicon Valley Bank (SVB) no mês passado.

O FMI estima que existe um risco maior de que precisem aumentar seu endividamento, o que poderia encarecer seu custo, enquanto os bancos centrais aumentam os juros nos Estados Unidos e na Europa há cerca de um ano.

Para limitar estes riscos, o órgão propõe que as autoridades reforcem a regulamentação das NBFIs, a fim de que a mesma se torne mais parecida com a aplicada aos bancos.


FONTE: Estado de Minas


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