Songbook e disco festejam os 80 anos de Dori Caymmi, ‘o maior músico da nossa geração’ para Chico Buarque
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Com capa que retrata o artista na infância, desenhado pelo pai Dorival Caymmi, o livro traz partituras de 26 músicas, discografia e perfil biográfico do cantador, defensor ferrenho das tradições da MPB. “Dori Caymmi, parceiro querido, amigo de todas as horas, é simplesmente o maior músico da nova geração”, Chico Buarque
♪ Exposta na contracapa do Dori Caymmi songbook – 80 anos de um cantador, a sentença de Chico Buarque atesta o grau de adoração de Dori Caymmi pelos ícones da MPB projetada na segunda metade da década de 1960. Também estampados na contracapa do livro publicado pelas Edições Sesc, depoimentos igualmente elogiosos de Caetano Veloso, Gal Costa (1945 – 2022), Gilberto Gil e Maria Bethânia reiteram o bem-querer de Dorival Tostes Caymmi na dinastia da MPB. Organizado por Mario Gil, o songbook celebra os 80 anos do cantor, compositor, violonista e arranjador carioca – festejados em 26 de agosto deste ano de 2023 – e, por meio de QR code, dá acesso à edição digital de álbum que apresenta gravações inéditas de 12 músicas de Dori em registros feitos por 12 violonistas com adesões eventuais dos cantores Renato Braz, Mônica Salmaso, Sérgio Santos e Danilo Caymmi. Irmão caçula de Dori. Danilo canta Alegre menina (Dori Caymmi sobre versos de Jorge Amado, 1975), uma das 26 músicas do cancioneiro autoral de Dori selecionadas para figurar no songbook com partituras e letras cifradas. As partituras de composições do porte de Saveiros (Dori Caymmi e Nelson Motta, 1966), O cantador (Dori Caymmi e Nelson Caymmi, 1967), Porto (1975), Desenredo (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro, 1976) e Velho piano (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro, 1982) foram escritas pelo próprio Dori, que, detalhista, revisou cada nota e cada acorde das partituras baseadas nos arranjos escritos pelo músico para violão. Além da discografia do artista, o songbook traz perfil biográfico de Dori. O texto Dori Caymmi, um cantador foi escrito pelo jornalista Claudio Leal com base em entrevistas feitas com o filho de Dorival Caymmi (1914 – 2008). Capa do 'Dori Caymmi songbook – 80 anos de um cantador' Divulgação Dori costuma ser celebrado sobretudo como arranjador e músico. Contudo, como cantor, o arttista embute na voz grave um universo que, mais do que o mar que banha o cancioneiro paterno, parece enraizado nas terras e matas do Brasil rural. Compositor projetado na era dos festivais através de parcerias com Nelson Motta, com quem fez músicas como Saveiros (1966) e O cantador (1967), para citar novamente as mais emblemáticas, Dori Caymmi encarna o músico nacionalista, defensor ferrenho das tradições da música brasileira que, no caso dele, emergiu no mar do pai Dorival, desaguou na bossa nova do violão de João Gilberto (1931 – 2019) e veio dar na praia e nas terras dos festivais, plataformas para a projeção do gênero rotulado como MPB. “Músico extraordinário” na concepção de Gilberto Gil, Dori Caymmi é gigante que parece menor do que realmente é pela discrição com que leva a vida e a música, longe do marketing, da mídia e dos modismos atacados por ele com humor corrosivo que exprime uma pureza e uma crueldade infantis, típicas do menino retratado pelo pai Dorival em 17 de janeiro de 1948, aos quatro anos, em desenho reproduzido na capa do Dori Caymmi songbook – 80 anos de um cantador. Talvez seja por tudo isso que Chico Buarque é enfático e categórico ao apontar Dori Caymmi como “o maior músico da nossa geração”. Dori Caymmi tem 12 músicas regravadas por violonistas no disco editado com o songbook Lorena Dini / DivulgaçãoFONTE: G1 Globo