Suécia anuncia detenção de pessoas que planejavam atentado em represália por Alcorão queimado
O serviço de inteligência da Suécia anunciou nesta terça-feira (4) a detenção de cinco pessoas suspeitas de preparar um "ato terrorista" em represália por um caso com um Alcorão queimado, incidente que já teve consequências internacionais para o país.
As detenções coincidem com um sentença judicial sueca que abre o caminho para novas queimas do livro sagrado do Islã, o que gerou protestos no mundo muçulmano e colocou em perigo a adesão da Suécia à Otan.
A operação policial acontece de forma coordenada nesta terça-feira em Eskilstuna, Linköping e Strängnäs, três cidades do centro da Suécia, informou o serviço de inteligência nacional sueco (Säpo).
"Consideramos que o projeto tem vínculos internacionais com o extremismo islâmico violento", afirmou Säpo em uma nota, acrescentando que "não considera iminente um atentado".
O ato de queimar o Alcorão executado pelo extremista anti-islâmico sueco-dinamarquês Rasmus Paludan diante da embaixada da Turquia em Estocolmo no início de janeiro provocou um grande problema para o governo sueco.
Paludan havia obtido autorização para sua ação, mas depois a polícia decidiu proibir outras manifestações em que planejava queimar outros exemplares do Alcorão, alegando ameaças à segurança.
Nesta terça-feira, a justiça considerou que as proibições violavam a liberdade constitucional de manifestação.
A polícia "não tinha motivos suficientes para a decisão" de proibir duas manifestações que envolviam a queima do Alcorão diante das embaixadas da Turquia e do Iraque, decidiu o tribunal administrativo de recursos.
O caso dos exemplares queimados do livro sagrado muçulmano é uma das razões apresentadas pela Turquia para aprovar a adesão da Finlândia à Otan, mas não a da Suécia.
FONTE: Estado de Minas