Tim Maia é o homenageado da 31ª edição do Prêmio da Música Brasileira

28 set 2023
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Prevista para maio de 2024, celebração é merecida porque obra do artista, calcada na mistura de suingue com romantismo, é uma das matrizes do som nacional produzido a partir dos anos 1970. Tim Maia (1942 – 1998), que hoje faria 81 anos, será celebrado no Prêmio da Música Brasileira em cerimônia prevista para maio de 2024

Reprodução da capa do álbum 'Tim Maia', de 1971

♪ ANÁLISE – “Foi uma escolha unânime”, revela José Maurício Machline, a respeito da decisão de celebrar o legado de Tim Maia (28 de setembro de 1942 – 15 de março de 1998) na 31ª edição do Prêmio da Música Brasileira, prevista para acontecer em maio de 2024 na cidade do Rio de Janeiro (RJ).

A notícia chega no dia em que Tim completaria 81 anos de vida louca vida. Mas a decisão de homenagear o cantor, compositor e músico carioca foi tomada na semana passada em reunião do conselho da premiação criada por Machline em 1987.

Fora de cena há 25 anos, Tim Maia permanece no imaginário nacional como a mais completa tradução brasileira da soul music e do funk norte-americanos – gêneros que ele misturou com baião, samba e xaxado.

A voz grave de baixo-barítono ecoa tanto nas declarações espirituosas – reflexos do temperamento tão forte quanto hilário do artista – quanto nas gravações de músicas como a balada Você (1969), que reverbera na trilha sonora da recém-estreada novela Elas por elas (Globo) no antológico registro fonográfico feito por Tim em 1971.

Por isso mesmo, a escolha de Tim para ser o homenageado do 31º Prêmio da Música Brasileira é, além de justa, merecida.

Como compositor, Tim Maia deixou músicas imortais como o funk Não vou ficar (1969), a balada Azul da cor do mar (1970), Réu confesso (1973), Sossego (1978), Do Leme ao Pontal (1981) e Vale tudo (1983).

Como intérprete, o cantor tomou para si músicas alheias – casos de Coroné Antonio Bento (João do Vale e Luiz Wanderley, 1970), Primavera (Vai chuva) (Cassiano e Silvio Roachel, 1970), Gostava tanto de você (Edson Trindade, 1973) e Me dê motivo (Michael Sullivan e Paulo Massadas, 1983), entre outras – desde que imprimiu a voz única e a personalidade nessas composições que muitos julgam equivocadamente serem de autoria de Tim Maia tamanha a simbiose entre música e intérprete.

Calcada em mix de suingue com romantismo, para 'esquentar sovaco e melar cueca', como ele dizia com a verve peculiar, a obra de Tim Maia é uma das matrizes da música brasileira produzida a partir dos anos 1970.

O repertório de Tim dialogou com a MPB, mas nunca se enquadrou no gênero. Caiu no samba, mas extrapolou a roda. Tim Maia embutia tanta personalidade e singularidade na voz que, no canto dele, até as baladas sentimentais da década de 1980 perdiam o excesso de açúcar sem deixarem de emocionar.

Tim Maia é inimitável. Foi um artista genial e genioso no que se propôs a fazer. Ao acender o farol para iluminar a obra de Tim Maia, o Prêmio da Música Brasileira faz jus a um artista que, a rigor, nunca saiu dos holofotes.


FONTE: G1 Globo


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