Tribunal condena militar a 12 anos de prisão pelo assassinato de jornalista no Peru
Na madrugada desta quinta-feira (13), um tribunal de justiça peruano condenou um ex-chefe da inteligência militar a 12 anos de prisão pelo assassinato de um jornalista em 1988, durante a luta contra a guerrilha maoísta Sendero Luminoso.
"A Terceira Câmara Criminal Nacional do Liquidatário Transitório decidiu pela condenação de Daniel Urresti Elera como coautor de crimes contra a vida, corpo e saúde na forma de homicídio em detrimento de Hugo Bustíos Saavedra", disse a sentença lida por um dos três magistrados do tribunal.
A audiência durou mais de oito horas na presença do réu e de familiares da vítima. A defesa do réu apelou, mas a promotoria aceitou a decisão, apesar de ter pedido uma sentença de 25 anos.
O julgamento foi o segundo pelo mesmo processo contra Urresti, 66 anos e general do Exército reformado, depois que o Supremo Tribunal anulou, em abril de 2019, uma decisão que o absolveu em outubro de 2018. Os magistrados justificaram a anulação alegando que o caso deveria ter sido tratado como um "crime contra a humanidade".
O processo começou em novembro de 2020 e, entre suas conclusões, o tribunal garante que foi demonstrado que o jornalista Bustíos foi assassinado por uma patrulha militar disfarçada de civil na região andina de Ayacucho, epicentro do conflito armado interno que o Peru vivenciou de 1980 a 2000. Urresti fazia parte dessa patrulha, embora o ex-militar tenha alegado inocência durante todo o processo.
FONTE: Estado de Minas