Trincas ressurgem em barragem sob alerta em Santa Bárbara

31 maio 2023
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O aparecimento de novas trincas na Barragem Córrego do Sítio 2, da Anglogold Ashanti, em Santa Bárbara, Região Central de Minas, trouxe preocupação a trabalhadores e população que vive abaixo da estrutura.

A Defesa Civil da cidade foi acionada, bem como a Agência Nacional de Mineração (ANM) e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que acompanham a situação. Abaixo da estrutura é estimada população acima de mil pessoas. A barragem comporta 10 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração de ouro, que podem conter substâncias tóxicas. Um volume semelhante ao que vazou no rompimento de Brumadinho (2019), deixando 272 mortos.

A mesma barragem chegou ao nível 1 de emergência, em outubro de 2022, como mostrou o Estado de Minas. Nesse estado, segundo a ANM, a estrutura demanda obras emergenciais urgentes para garantir a sua estabilidade, o que foi atingido.

Em fevereiro de 2022, a reportagem do EM mostrou que a Pilha do Sapê, que recebe os rejeitos a seco gerados pela mineração estava danificada por fendas e erosões que levaram a empresa a remover os trabalhadores daquele espaço. Parte do material foi carreado pelas chuvas para o Rio Conceição, um manancial de classe 1 de pureza da Bacia Hidrográfica do Rio Doce.

Segundo informações da Defesa Civil de Santa Bárbara, as trincas que elevaram o nível de emergência tinham 12 centímetros de largura por 60 metros de comprimento. As atuais teriam no máximo dois centímetros de largura, mas 300 metros de comprimento.

Ainda assim, a barragem não foi elevada ao nível 1 de emergência, estando atualmente, segundo a ANM, em nível de alerta, que não exige intervenções de urgência, mas monitoramento cerrado.

O dirigente estadual da Região do Caraça do Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM), Luiz Paulo Siqueira, afirma que a empresa só se posicionou quando trabalhadores denunciaram as trincas, o que tem sido procedimento constante, na avaliação do dirigente.

"As ocorrências das trincas retomam o temor da convivência com a barragem e relembra que a empresa não adotou nenhuma medida para reparar os acionamentos acidentais em janeiro de 2021. De lá para cá, houve despejos de rejeitos no Rio Conceição, quase tombamento da pilha de rejeitos, trincas na barragem, descarregamento de pilha de estéril e, mesmo assim, a mineradora se nega a reconhecer os direitos das comunidades", protesta.

Em comunicado emitido nesta quarta-feira (31/5) pela Anglogold Ashanti a empresa informa que a barragem está "segura e estável", passando por inspeções e monitoramento constantes, tendo todas as licenças legais e declaração de condição de estabilidade emitida por auditoria externa em março de 2023.

"A empresa adota o sistema de deposição de rejeitos 100% a seco desde 2022 e a barragem está em processo de descaracterização e fechamento", declarou a assessoria de imprensa da mineradora.

Ainda segundo a assessoria, parte das obras de descaracterização precisaram ser interrompidas pe pelo que a empresa classificou como "avaliação de trincas pontuais identificadas em vistorias realizada pela empresa. Elas são monitoradas constantemente e estão estabilizadas. Esse tipo de situação é tecnicamente comum e esperada em estruturas que passa, por obras de descaracterização, especialmente na temporada de seca", informa a AngloGold Ashanti.


FONTE: Estado de Minas

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