Ucrânia nega que suas tropas estejam bloqueadas por russos em Bakhmut
A Ucrânia negou nesta quinta-feira (13) que suas forças estejam bloqueadas em Bakhmut, ao contrário do que foi afirmado pela Rússia, que há meses tenta conquistar esta cidade do leste.
O chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigozhin, cujos combatentes estão na linha de frente em Bakhmut, indicou, no entanto, que era "prematuro" falar em cerco completo da localidade.
Bakhmut, que tinha 70.000 habitantes antes da guerra, é cenário de combates violentos há meses e se tornou um símbolo da luta entre russos e ucranianos para controlar a região industrial de Donbass, no leste.
"As tropas aerotransportadas [russas] apoiam as tropas de assalto [de Wagner] nos flancos, bloqueando o envio de reservas do Exército ucraniano à cidade e a possibilidade de retirada das unidades do inimigo" de Bakhmut, indicou o Ministério russo da Defesa em seu informe diário.
Contatado pela AFP, o Exército ucraniano negou o bloqueio de seus soldados.
"Isto não corresponde à realidade", disse o porta-voz militar para a região leste, Serguei Cherevaty, assegurando que o Exército ucraniano tinha capacidade de "entregar alimentos, munições, medicamentos" em Bakhmut, assim como de atender a seus feridos.
"Nossas forças mantêm sua defesa, infligindo diariamente grandes baixas ao inimigo", acrescentou.
Segundo o porta-voz, a artilharia ucraniana efetua "constantemente" disparos de contrabateria para impedir que os canhões atirem contra as linhas de abastecimento de Bakhmut.
A AFP não pôde verificar essas declarações com fontes independentes.
- "Combates difíceis e sangrentos" -
O líder do Wagner, Prigozhin, foi mais cauteloso que o Exército russo.
"As forças armadas ucranianas continuam trazendo reforços e os distribuem pela cidade", disse em uma mensagem publicada no Telegram.
"Combates difíceis e sangrentos estão em curso, por isso é prematuro falar em cerco total de Bakhmut", acrescentou, assegurando que 80% da cidade está sob controle russo.
Nestes últimos dias, as forças ucranianas parecem ter perdido terreno no centro da localidade, de onde vários correspondentes de guerra russos mostraram uma cidade devastada, com ares apocalípticos.
O chefe da ocupação russa da região ucraniana de Donetsk, Denis Pushilin, disse na segunda-feira, em um vídeo, que a cidade estava "liberada", mostrando imagens de edifícios em ruínas.
As tropas russas avançaram nestas últimas semanas no norte e no sul de Bakhmut, bloqueando várias rodovias de abastecimento ucranianas e controlando a parte oriental.
Há vários dias, aparentam avançar no centro da localidade, entre combates violentos.
Os rumores sobre uma possível retirada das tropas ucranianas aumentaram.
No início de março, quando parecia que Bakhmut passaria para mãos russas, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, descartou qualquer retirada de seu Exército.
Kiev assegura que sua resistência em Bakhmut permitiu sua concentração no "front' e a destruição de um grande número de tropas russas.
Os especialistas afirmam, no entanto, que o Exército ucraniano pagou um preço alto por estes combates.
A batalha por Bakhmut é a mais longa e mortal desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022.
FONTE: Estado de Minas