UE: proibição de cereais ucranianos na Polônia e na Hungria é ‘inaceitável’
A Comissão Europeia ressaltou nesta segunda-feira (17) que a decisão adotada no fim de semana por Polônia e Hungria, proibindo as importações de cereais ucranianos, "não é aceitável" e anunciou que considera oferecer um pacote de ajuda aos agricultores dos países afetados.
Em maio de 2022, logo após o início da ofensiva russa, a União Europeia (UE) suspendeu por um ano as tarifas alfandegárias sobre os produtos procedentes da Ucrânia e se organizou para permitir a exportação de seus grãos, após o fechamento das rotas marítimas pelo Mar Negro.
Com isso, os países da UE vizinhos da Ucrânia tiveram um forte aumento nas chegadas de milho, trigo, ou girassol, o que levou à saturação dos silos por problemas logísticos. Além disso, os preços locais despencaram.
Esse quadro provocou protestos de agricultores e até a renúncia do ministro da Agricultura da Polônia.
No sábado, Hungria e Polônia anunciaram que vão proibir as importações de grãos e de outros produtos agrícolas da Ucrânia até 30 de junho.
"É importante ressaltar que a política comercial é competência exclusiva da UE e que as ações unilaterais não são aceitáveis", frisou Miriam García Ferrer, porta-voz da Comissão.
"Nestes tempos difíceis, é crucial coordenar e alinhar todas as decisões dentro da UE", acrescentou.
Ao mesmo tempo, a Comissão (o braço Executivo da UE) anunciou que havia "solicitado informação adicional às autoridades competentes para poder avaliar estas medidas", incluindo sua base legal.
Na Polônia, a proibição se aplica às importações de cereais, açúcar, carne, frutas e legumes, leite, ovos e outros produtos alimentares. Já a Hungria fechou a porta para cereais, oleaginosas e vários outros produtos.
No sábado, o ministério de Política Agrícola da Ucrânia lamentou a decisão da Polônia, observando que "os agricultores poloneses enfrentam uma situação difícil, mas os agricultores ucranianos enfrentam uma situação ainda mais grave".
FONTE: Estado de Minas