UFJF abre comissão para definir como cumprirá decisão que cancela diploma de médicos formados na pandemia

Portaria prevê 15 dias para a conclusão dos trabalhos e o cumprimento da decisão. Defesa diz que apresentou recurso e que ex-alunos também buscam solução fora da via judicial. Faculdade de Medicina da UFJF
TV Integração/Reprodução A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) publicou uma portaria criando uma comissão para avaliar a ação judicial que prevê o cancelamento da colação de grau dos 46 médicos formados através de ação liminar que permitiu a eles formatura antecipada durante a pandemia de Covid-19. A portaria, publicada na terça-feira (14), prevê 15 dias para a conclusão dos trabalhos e o cumprimento da decisão judicial. A expectativa é de que as análises terminem no dia 29 de agosto. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Ainda conforme o documento, a comissão deverá consultar os órgãos colegiados da Faculdade de Medicina para o estabelecimento de critérios e limites para o aproveitamento de estudos realizados pelos acadêmicos. Farão parte da comissão os seguintes membros: I - Pró-Reitor de Graduação; II - Pró-Reitora Adjunta de Graduação; III - Diretora da Faculdade de Medicina; IV - Coordenadora do Curso de Medicina; V - Presidente da Comissão Orientadora de Estágio do curso de Medicina; VI - Coordenador de Registros e Assuntos Acadêmicos; VII - Secretária da Pró-Reitoria de Graduação. DCE também acompanha a situação A situação dos médicos também é acompanhada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE). O diretor de saúde coletiva e universitária do DCE Gabriel Braz disse que a nova decisão que determina a invalidação da colação de grau e o cancelamento dos respectivos diplomas foi recebida com surpresa. “Naquele momento [da pandemia], eu era coordenador geral do Diretório Acadêmico (DA) da Faculdade de Medicina e acompanhei o processo administrativo dos alunos, com o pedido de antecipação [da formatura]. Foi um pedido que aconteceu logo após a onda roxa aqui em Juiz de Fora. Um período difícil para todo mundo por conta da pandemia e um período que a gente tinha insegurança com nossos cenários de prática (...) Fomos pegos de surpresa, ninguém espera por isso”. Conforme o representante do DCE, o longo tempo para a nova decisão e novos rumos dos envolvidos necessita de uma solução assertiva, que não prejudique o futuro dos profissionais.À época, a Justiça deferiu a liminar, solicitando que a UFJF providenciasse a colação de grau e o certificado de conclusão de curso dos alunos;
A UFJF entrou com recurso, alegando que a Lei nº 14.040/2020 facultava a abreviação do tempo dos cursos de saúde, mas não as obrigava a tomar a decisão;
No entendimento da instituição, apesar dos alunos terem cumprido o requisito mínimo de carga horária do internato, houve prejuízo “aos conteúdos essenciais para o exercício da profissão” e comprometimento grave na prestação de serviço médico à população;
Em nova decisão, do dia 29 de junho, o desembargador federal Evandro Reimão dos Reis reformou a decisão, o que exige retorno dos estudantes para cumprimento de todo o conteúdo;
Diante do aceite do recurso, a Faculdade de Medicina tem enviado e-mails aos ex-alunos informando sobre a invalidação da colação de grau e o cancelamento do registro dos diplomas, solicitando contato com a coordenação do curso;
Com a Portaria 135-2023, a UFJF criou uma comissão para realizar estudo da situação de cada um dos interessados. Os trabalhos têm previsão de duração de 15 dias a partir da data de publicação, que foi na terça-feira (14).
Médicos buscam acordo com a UFJF para reverter suspensão dos diplomas LEIA TAMBÉM: TURMA 109: Mais de 45 médicos formados na UFJF são impactados por decisão que prevê cancelamento de diplomas concedidos após liminar obtida na pandemia 2ª INSTÂNCIA: Justiça determina que UFJF cancele diploma de médicos que tiveram formatura antecipada para atuar na pandemia IMPASSE: Alunos de medicina da UFJF entram na Justiça para colar grau e ajudar no combate ao coronavírusFONTE: G1 Globo