Um dos últimos suspeitos do genocídio de Ruanda é detido na África do Sul
Fulgence Kayishema, um dos últimos quatro fugitivos procurados por seu papel no genocídio de Ruanda em 1994, foi detido na quarta-feira na África do Sul, anunciaram nesta quinta-feira (25) os promotores da ONU que investigam o caso.
"Um dos genocidas fugitivos mais procurados do mundo (...) foi detido em Paarl, África do Sul", com parte de uma operação com as autoridades sul-africanas, informou um tribunal das Nações Unidas em um comunicado.
Ele estava desaparecido desde 2001, de acordo com o Mecanismo Residual Internacional dos Tribunais Penais, responsável por concluir os trabalhos do Tribunal Penal Internacional para Ruanda (TPIR).
O documento de acusação afirma que em 15 de abril de 1994, Kayishema e outros homens assassinaram mais de 2.000 homens, mulheres, pessoas idosas e crianças que estavam refugiadas na igreja de Nyange, na localidade de Kivumu.
O ex-fugitivo, que tem idade próxima a 60 anos, teria "participado diretamente no planejamento e execução do massacre", segundo o tribunal, "em particular ao adquirir e distribuir gasolina para incendiar a igreja com os refugiados dentro".
"Quando isto falhou, Kayishema e outros usaram um 'bulldozer' para derrubar a igreja, enterrando e matando os refugiados dentro", acrescentou.
"Kayishema e outros supervisionaram a transferência de cadáveres do terreno da igreja para valas comuns nos dois dias seguintes.
Fulgence Kayishema, acusado de genocídio, cumplicidade em genocídio, conspiração para cometer genocídio e crimes contra a humanidade, utilizou vários pseudônimos e documentos falsos para esconder sua identidade e não ser encontrado, de acordo com o tribunal.
O TPIR já condenou 62 pessoas. Outros, como Augustin Bizimana, um dos principais cérebros do massacre, morreram antes do julgamento pela justiça internacional.
Os juízes da ONU suspenderam em março o processo de Félicien Kabuga, suposto tesoureiro do genocídio ruandês em 1994, para decidir se o estado de saúde do réu permite que ele seja julgado.
FONTE: Estado de Minas