Violência na Cisjordânia tira a vida de um adolescente palestino e de uma britânica de origem israelense
Uma britânica de origem israelense e um adolescente palestino morreram nesta segunda (10), por causa de um ataque na Cisjordânia na sexta-feira (7). As duas filhas da mulher também morreram no atentado.
A violência disparou na região depois que forças israelenses invadiram violentamente a mesquita Al-Aqsa de Jerusalém na quarta-feira (5) para expulsar os fiéis palestinos. O local é o terceiro lugar mais sagrado do islã.
A intervenção provocou uma onda de condenações a nível internacional, assim como os ataques mortais e disparos de foguetes provenientes de Gaza, do Líbano e da Síria.
Israel respondeu com bombardeios e mobilização de unidades policiais da reserva, em plenas celebrações da Páscoa judaica, cristã e do Ramadã muçulmano.
O último episódio de violência aconteceu nesta segunda, com a morte de um adolescente palestino em uma operação militar israelense na Cisjordânia ocupada.
O Exército indicou em um breve comunicado que suas "forças de segurança realizaram uma operação em Aqabat Jaber", um campo de refugiados localizado próximo à Jericó.
A operação de Israel ocorre no dia seguinte aos funerais de duas jovens israelenses, de 16 e 20 anos, que morreram na sexta-feira em um ataque palestino contra seu carro na região de Jericó. O ataque deixou ferida a mãe, que faleceu nessa segunda em um hospital de Jerusalém, segundo o estabelecimento.
- Morte de mãe israelense-britânica -
'Anunciamos com tristeza a morte de Lucy (Leah) Dee, vítima do ataque mortal no vale (do Jordão) na sexta", indicou o hospital Hadassah em um comunicado.
"Infelizmente, apesar dos intensos e contínuos esforços, devido a suas feridas críticas, a equipe teve que confirmar sua morte hoje", acrescentou.
O atentado ocorreu em Hamra, no noroeste da Cisjordânia, um território ocupado por Israel desde 1967.
No mesmo dia, um turista italiano morreu e outras sete pessoas ficaram feridas em um suposto ataque com carro no calçadão de Tel Aviv.
Os ataques aconteceram após a violenta retirada de fieis palestinos na mesquita Al-Aqsa em pleno Ramadã, o mês sagrado de jejum para os muçulmanos.
Israel justificou sua intervenção alegando que suas forças "tiveram que atuar para restabelecer a ordem" diante dos "extremistas" entrincheirados no local.
Após a escalada de violência, Israel anunciou na sexta a mobilização de unidades de policiais da reserva e de reforços militares.
- Manifestação -
Enquanto isso, centenas de israelenses participaram, nesta segunda, de uma marcha próximo a Eviatar, um assentamento não reconhecido pelas autoridades israelenses, para exigir que ele seja legalizado, segundo um jornalista da AFP.
Vários ministros e deputados do país participaram do protesto, entre eles o de Segurança Pública, Itamar Ben Gvir.
Esse último, apoiador da causa dos colonos na Cisjordânia, declarou em um vídeo divulgado pelo seu gabinete que Israel "não capitula diante do terrorismo", nem em Eviatar, nem em Tel Aviv.
Rivka Katzir, uma habitante de 74 anos do assentamento de Elkana avaliou que "a única solução para todos esses problemas é se instalar aqui" em Eviatar.
Em 2021, o exército israelense matou a tiros vários palestinos no povoado de Beita, vizinho de Eviatar, durante protestos contra a instalação do assentamento.
Desde o início do ano, o conflito israelense-palestino custou a vida de, ao menos, 94 palestinos, 19 israelenses, uma ucraniana e um italiano, segundo uma contagem da AFP baseada em fontes oficiais.
Esses números incluem combatentes e civis, inclusive menores, no lado palestino, e civis, incluídos menores, e três membros da minoria árabe no lado israelense.
FONTE: Estado de Minas