Wall Street fecha sem tendências definidas, diante de ‘forças opostas’
A Bolsa de Nova York fechou com tendências divergentes nesta terça-feira (17), satisfeita com a boa saúde da economia dos Estados Unidos, mas preocupada com a possibilidade de que alguns dados contribuam para novos aumentos nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano).
O Dow Jones subiu apenas 0,04%, o tecnológico Nasdaq perdeu 0,25% e o amplo S&P 500 fechou praticamente estável, com uma variação de -0,01%.
"O mercado foi influenciado por forças opostas hoje", resumiu Angelo Kourkafas, da Edward Jones.
Vários indicadores demonstraram a força da economia americana, começando pelas vendas no varejo, que cresceram 0,7% em setembro, superando a expectativa de 0,3% dos economistas. A produção industrial também surpreendeu, com um aumento de 0,3% em setembro, frente ao 0,1% esperado.
"A economia está entrando no quarto trimestre com mais impulso do que o imaginado", afirmou em nota Michael Pearce, da Oxford Economics.
Embora seja uma boa notícia, já que afasta o cenário de recessão, "ao mesmo tempo coloca pressão sobre as taxas de títulos", observou Kourkafas.
O fato de a economia continuar forte apesar da alta das taxas de referência nos EUA sustenta a hipótese de novos aumentos por parte do Fed, que utiliza as taxas de juros como ferramenta para resfriar a economia e controlar a inflação, a fim de atingir sua meta de 2% ao ano.
Assim, a taxa dos títulos do Tesouro de 2 anos, a mais representativa das expectativas de mercado em matéria de política monetária, subiu para 5,23%, um máximo em 17 anos.
"O Fed não ficará satisfeito por seu ajuste monetário não ter desencorajado os consumidores a gastar", alertou Gina Bolvin, da Bolvin Wealth Management Group.
Da mesma forma, os operadores atribuem uma probabilidade de 43% a um novo aumento das taxas pelo Fed em dezembro.
As duas forças opostas - uma economia resiliente e taxas de juros elevadas - levaram a um "resultado neutro", com índices próximos da estabilidade nesta terça-feira, apontou Kourkafas.
FONTE: Estado de Minas