Washington e governo do Texas entram em atrito por boias antimigrantes
O governador do Texas, Greg Abbott, respondeu, nesta segunda-feira (24), à ameaça do Departamento de Justiça dos Estados Unidos de processar o estado pelas boias que mandou colocar no Rio Grande, fronteira natural com o México, para evitar que migrantes atravessem o rio.
No final da semana passada, o Departamento de Justiça comunicou ao estado que as boias de cor laranja instaladas perto de Eagle Pass (Texas) obstruíam ilegalmente a navegação fluvial e careciam de licenças federais.
"Esta barreira flutuante representa risco para a navegação e para a segurança pública no Rio Grande, e traz problemas humanitários", declarou o Departamento.
Em uma carta de resposta enviada nesta segunda para o presidente americano, Joe Biden, Abbott disse que tinha competência para proteger os interesses "soberanos" do Texas instalando as boias.
O governador acusou Biden de não cumprir com suas responsabilidades para deter o fluxo de migrantes que entra nos Estados Unidos pela fronteira sul com o México.
"Se você realmente se importa com as vidas humanas, deve começar a fazer as leis federais de imigração serem cumpridas", escreveu Abbott. "Se fizer isso, poderá me ajudar a impedir que os migrantes apostem suas vidas nas águas do Rio Grande", acrescentou.
"Texas o verá nos tribunais, senhor presidente", acrescentou.
O estado do Texas instalou uma corrente de boias no rio e barreiras de arame farpado na margem, no ponto em que os migrantes atravessam do México para os Estados Unidos.
De acordo com alguns meios de comunicação, migrantes ficaram presos na cerca e tiveram que ser resgatados.
Além disso, um memorando vazado do Escritório de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos afirmava que as cercas colocadas por agentes estaduais interferiam em suas próprias operações de patrulha fronteiriça.
Abbott tornou pública sua carta antes do prazo (15h00 em Brasília) dado pelo Departamento de Justiça para que o Texas iniciasse um processo de diálogo. Caso contrário, terá que responder perante a Justiça federal.
FONTE: Estado de Minas