Zélia Duncan merece a indicação ao Prêmio Jabuti pela sensibilidade das crônicas do primeiro livro da artista
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♪ OPINIÃO – Zélia Duncan figura entre os nomes indicados à 65ª edição do Prêmio Jabuti, referência no meio literário brasileiro. A artista é semifinalista na categoria Crônica pelo primeiro livro, Benditas coisas que eu não sei – Músicas, memórias, nostalgias felizes (2022), lançado em junho do ano passado.
A indicação pode parecer inusitada para quem conhece somente a música e o canto de Zélia Duncan, mas o fato é que essa nomeação é merecida. Zélia pega o leitor pela palavra ao longo dos 30 capítulos desse livro saboroso. Geralmente letrista quando compõe, embora também crie melodia, a artista fluminense já tinha mostrado dom para a escrita entre 2015 e 2017, período em que escreveu crônicas semanais para o jornal O Globo. O livro Benditas coisas que eu não sei – Músicas, memórias, nostalgias felizes confirmou esse dom ao longo de 240 páginas em que Zélia revela sensações, expõe impressões e faz reflexões sobre o mundo a partir da música. Com sensibilidade, Zélia alinha memórias musicais. Todos os fios da memória são costurados no livro a partir da experiência da autora com a musa música, tanto como cantora – e quanta delicadeza está impressa no capítulo inicial, Primeira vez, sem que a artista discorre obre a estreia profissional em 21 de maio de 1981 na Sala Funarte de Brasília! – quanto como ouvinte encantada de cantoras como Joni Mitchell e Elis Regina (1945 – 1982). Enfim, é justo, muito justo, justíssimo que Zélia ganhe indicação ao Prêmio Jabuti por livro tão aliciante. Escrever crônica é uma arte. E Zélia Duncan – cantora, compositora, instrumentista, militante, ativista e, sim, escritora – exerce essa arte com talento no livro Benditas coisas que eu não sei. Capa do livro 'Benditas coisas que eu não sei – Músicas, memórias, nostalgias felizes', de Zélia Duncan ReproduçãoFONTE: G1 Globo